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Norte Pioneiro é celeiro de bons alunos

Região tem muitos estudantes premiados em olimpíadas científicas; evento garante oportunidades a esses jovens

Ibaiti - Olimpíadas científicas estimulam os alunos a estudarem e superarem seus limites. Oportunidades de ampliar o conhecimento surgem para aqueles que se destacam. São várias as olimpíadas científicas realizadas no Brasil, como as de Língua Portuguesa, Matemática, História, Física, Química, Astronomia. O bom resultado alcançado em uma dessas olimpíadas – que é realizada com alunos dos ensinos fundamental e médio - pode trilhar o caminho profissional dos alunos. Este é o caso de vários estudantes que conquistam medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), por exemplo (veja mais nesta página). As escolas estaduais e particulares divulgam as inscrições, estimulam a participação dos estudantes e os alunos se empenham para conquistar uma boa colocação.

O coordenador da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP), Durval Martins Teixeira Filho, explica que para os alunos que focam um bom resultado no vestibular, as olimpíadas proporcionam um desafio e aproximam a universidade do ensino médio. "O nível das questões aumenta conforme as fases conquistadas pelo aluno e dessa forma ele se aproxima das Olimpíadas Internacionais", aponta. Conforme ele, as universidades de fora do Brasil ficam de olho para pinçar aqueles que se destacam.

Conquistar um bom lugar em um concurso como esse é uma porta aberta. "A pessoa que se destaca acaba recebendo um leque de oportunidades", ressalta. Teixeira Filho acrescenta que as olimpíadas de Física, Química, Matemática e Astronomia estão em alta, mas quem participa precisa realmente gostar da disciplina. Os vencedores da OBFEP no Paraná ganham o direito a participar de um curso no Instituto de Física de São Carlos, em São Carlos (SP), que prepara os alunos para as provas nacionais. "As provas são planejadas em São Paulo e focadas na programação do currículo norte-americano, justamente para dar oportunidade aos alunos de entrarem nas universidades de lá", complementa.

INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Ana Lucia da Silva é professora do departamento de Matemática da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e uma das coordenadoras de iniciação científica da OBMEP no Paraná. Segundo ela, ganhar um prêmio em uma olimpíada científica pode mudar a vida do aluno. Os medalhistas da OBMEP ganham o direito de participar de um projeto de iniciação científica, recebem bolsas de iniciação científica quando entram na universidade pública e têm ainda direito a uma bolsa de mestrado para quando concluírem a graduação.

Conforme a professora, muitos alunos, inclusive das cidades do Norte Pioneiro, são de famílias pobres, nem sonhavam em estudar na universidade, mas alcançam esse objetivo por conta das oportunidades oferecidas pela Obmep. O Projeto de Iniciação Científica (PIC), realizado uma vez ao mês no departamento de Matemática da UEL, reúne estudantes de várias cidades da região. O transporte, material e a alimentação dos alunos que passam o dia estudando na instituição é custeado pela própria Obmep. "Um dos objetivos do projeto é dar oportunidade para quem tem talento", aponta Ana Lucia.

Talento e dedicação foram características que não faltaram para quatro alunos do segundo ano do ensino médio e uma professora do Colégio Estadual Aldo Dallago, em Ibaiti. Eles foram consagrados vice-campeões das Olimpíadas Brasileiras de Astronomia e Astronáutica (OBA) neste ano. Foi a primeira vez que a escola participou de um evento como esse e o bom resultado alcançado pelos quatro alunos motivou todos os estudantes da escola. "Eles ficaram entre as vinte melhores equipes do Brasil. Foi uma experiência muito boa para toda a escola, os alunos e professores passaram a acreditar mais em si", define a diretora, Adriane Cristine Rodrigues de Moraes.

O objetivo da olimpíada, como conta, era elaborar um foguete e para levar o protótipo até o evento, realizado durante quatro dias em um hotel fazenda no Rio de Janeiro, pediram o apoio da comunidade. "O custo da participação foi alto, os comerciantes e empresários ajudaram muito. Sem o apoio dessas pessoas não teríamos como bancar a inscrição, viagem e estadia no local", destaca.

O melhor resultado da OBA, de acordo com a diretora, é o estímulo aos demais estudantes da escola. "Agora os alunos querem participar de várias olimpíadas científicas. Acredito que no próximo ano teremos mais bons resultados para comemorar", conclui.


Michelle Aligleri
Reportagem Local-folha de londrina
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