Qualificação de educadores infantis é desafio no Paraná
Apenas 66% dos professores paranaenses de creches e pré-escolas têm diploma de curso superior
Londrina - O Paraná é um dos Estados com o maior percentual de professores da educação básica com formação superior, mas ainda tem como um grande desafio aumentar o grau de qualificação dos profissionais que atuam especialmente na educação infantil. De acordo com dados de 2013 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, apenas 66% dos professores paranaenses de creches e pré-escolas possuem diploma de curso superior. O desempenho está acima da média nacional, que é de 60,8%, mas abaixo do registrado em estados como São Paulo (76,6%) e Santa Catarina (73,1%), e no Distrito Federal (75,2%).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/1996) estipulou que até 2006 a obrigatoriedade da formação superior fosse cumprida pelas escolas, mas não formalizou esse compromisso para os educadores infantis. O Censo Escolar de 2012 mostrou que 22% dos 2.101.408 docentes que atuam na Educação Básica em todo o País ainda não possuíam a formação adequada. Em Londrina, o índice de professores da primeira infância com formação superior, segundo o Inep de 2013, era de 65%, acima de Curitiba (63,3%), mas abaixo de Maringá (69,2%). A secretaria municipal de Educação informou à FOLHA que dos 3.791 professores concursados atualmente na rede municipal, 3.733 (98,4%) têm graduação e apenas 58 não, mas não especificou quantos deles atuam na educação infantil. Um é pós-doutor, seis têm doutorado, 125 possuem o mestrado e 2.963 têm algum tipo de especialização. Ainda de acordo com a secretaria, após 2005 todos os concursos feitos já exigiam dos candidatos o curso superior como formação mínima.
Em relação à qualificação na Educação Básica de forma geral, o percentual de professores do Paraná com diploma é o maior da Região Sul e um dos melhores do País em quase todas as etapas e modalidades de ensino, conforme dados de 2013 do Inep compilados pela FOLHA. Na educação profissional, o índice de 97,8% de docentes com formação superior chega a ser maior do que o do Distrito Federal (97,3%) e São Paulo (91,7%).
Ainda assim, como em todo o País, o Estado não conseguirá cumprir neste ano a meta estipulada por gestores educacionais de que 100% do quadro docente nas redes pública e privada tenham uma graduação. O levantamento aponta que a meta no Paraná está mais distante de ser cumprida no ensino fundamental (91,2%) do que no ensino médio (96,1%) - sendo que no fundamental o percentual de professores com curso superior é menor nos anos iniciais, 6 a 10 anos (86,5%), do que nos anos finais, 11 a 14 anos (95%). No ensino médio, educação de jovens e adultos (EJA) e educação especial, o nível de qualificação dos professores paranaenses supera o de São Paulo, com percentuais de 96,1% contra 95%, 96,3% a 94,2% e 95,1% contra 89,3%, respectivamente.
Desajuste
O professor de Fundamento de Aprendizagem e Metodologia de Ensino do Departamento de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Reginaldo Rodrigues da Costa, considera uma distorção o fato de o percentual de professores graduados ser menor na educação infantil. "É uma cultura inversa que acontece no Brasil, diferente dos países desenvolvidos", aponta. "As pessoas que trabalham na educação infantil deveriam ter uma formação mais expressiva, porque são os primeiros anos de escolarização e o profissional tem que desenvolver todas as potencialidades para garantir uma aprendizagem mais significativa", explica o educador, acrescentando que um educador infantil bem formado consegue compreender e liar com as dimensões sociais e emocionais que formarão as habilidades dos alunos nos anos seguintes.
Reginaldo da Costa também observa que professor graduado não é necessariamente um professor qualificado. "A graduação de um professor no ensino fundamental e médio é o mínimo que se exige, mas não podemos assegurar esses bons níveis no aspecto de qualidade. No Brasil temos políticas de formação de professores em três anos", ressalva. O pedagogo entende que as redes públicas e privadas até investem na formação continuada, o problema, diz, está no foco. "Deveria ser proporcionada uma formação que foque a realidade de cada professor."
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/1996) estipulou que até 2006 a obrigatoriedade da formação superior fosse cumprida pelas escolas, mas não formalizou esse compromisso para os educadores infantis. O Censo Escolar de 2012 mostrou que 22% dos 2.101.408 docentes que atuam na Educação Básica em todo o País ainda não possuíam a formação adequada. Em Londrina, o índice de professores da primeira infância com formação superior, segundo o Inep de 2013, era de 65%, acima de Curitiba (63,3%), mas abaixo de Maringá (69,2%). A secretaria municipal de Educação informou à FOLHA que dos 3.791 professores concursados atualmente na rede municipal, 3.733 (98,4%) têm graduação e apenas 58 não, mas não especificou quantos deles atuam na educação infantil. Um é pós-doutor, seis têm doutorado, 125 possuem o mestrado e 2.963 têm algum tipo de especialização. Ainda de acordo com a secretaria, após 2005 todos os concursos feitos já exigiam dos candidatos o curso superior como formação mínima.
Em relação à qualificação na Educação Básica de forma geral, o percentual de professores do Paraná com diploma é o maior da Região Sul e um dos melhores do País em quase todas as etapas e modalidades de ensino, conforme dados de 2013 do Inep compilados pela FOLHA. Na educação profissional, o índice de 97,8% de docentes com formação superior chega a ser maior do que o do Distrito Federal (97,3%) e São Paulo (91,7%).
Ainda assim, como em todo o País, o Estado não conseguirá cumprir neste ano a meta estipulada por gestores educacionais de que 100% do quadro docente nas redes pública e privada tenham uma graduação. O levantamento aponta que a meta no Paraná está mais distante de ser cumprida no ensino fundamental (91,2%) do que no ensino médio (96,1%) - sendo que no fundamental o percentual de professores com curso superior é menor nos anos iniciais, 6 a 10 anos (86,5%), do que nos anos finais, 11 a 14 anos (95%). No ensino médio, educação de jovens e adultos (EJA) e educação especial, o nível de qualificação dos professores paranaenses supera o de São Paulo, com percentuais de 96,1% contra 95%, 96,3% a 94,2% e 95,1% contra 89,3%, respectivamente.
Desajuste
O professor de Fundamento de Aprendizagem e Metodologia de Ensino do Departamento de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Reginaldo Rodrigues da Costa, considera uma distorção o fato de o percentual de professores graduados ser menor na educação infantil. "É uma cultura inversa que acontece no Brasil, diferente dos países desenvolvidos", aponta. "As pessoas que trabalham na educação infantil deveriam ter uma formação mais expressiva, porque são os primeiros anos de escolarização e o profissional tem que desenvolver todas as potencialidades para garantir uma aprendizagem mais significativa", explica o educador, acrescentando que um educador infantil bem formado consegue compreender e liar com as dimensões sociais e emocionais que formarão as habilidades dos alunos nos anos seguintes.
Reginaldo da Costa também observa que professor graduado não é necessariamente um professor qualificado. "A graduação de um professor no ensino fundamental e médio é o mínimo que se exige, mas não podemos assegurar esses bons níveis no aspecto de qualidade. No Brasil temos políticas de formação de professores em três anos", ressalva. O pedagogo entende que as redes públicas e privadas até investem na formação continuada, o problema, diz, está no foco. "Deveria ser proporcionada uma formação que foque a realidade de cada professor."

Diego Prazeres
Reportagem Local-folha de londrina
Reportagem Local-folha de londrina

