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Hospital é condenado por morte de idoso que esperava por atendimento

Família deve receber do HU de Londrina indenização de R$ 20.000,00.
Morte ocorreu em 2007; idoso ficou na recepção e macas nos corredores.

Do G1 PR, com informações da RPC Londrina
A Justiça condenou o Hospital Universitário (HU) de Londrina, no norte do Paraná, a pagar uma indenização de R$ 20.000,00 a família de um idoso que morreu ao esperar três dias por atendimento. De acordo com a decisão, o valor é uma tentativa de recompensar o dano moral e o descaso e chega mais de sete anos após a morte do paciente. O hospital não pode recorrer da determinação.

Segundo a família, Edgar Silva, que tinha 71 anos no dia da morte, foi vítima de um derrame e foi levado para o hospital por não conseguir se alimentar. Edgar ficou horas em uma cadeira de rodas na recepção e depois três dias em cadeiras e macas nos corredores do hospital. “Ele pegou uma infecção, pegou uma pneumonia. [O funcionário] levou [para a UTI] no último dia, falando que meu pai ia falecer mesmo”, lembrou Maria Madalena da Silva que é filha do idoso falecido.
Maria Madalena contou ainda que o funcionário do hospital chegou a dizer que estava encaminhando o pai dela para a UTI porque a imprensa estava no hospital, mas que ele iria falecer.
Edgar da silva esperou por três dias atendimento no HU de Londrina (Foto: Reprodução/ RPC TV)Edgar da silva esperou por três dias atendimento no
HU de Londrina (Foto: Reprodução/ RPC TV)
A morte de Egdar ocorreu em um período em que o Hospital Universitário de Londrina passava por dificuldades, com registro frequentes de superlotação e longas esperas por parte dos pacientes.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR), inclusive, tem acompanhado este tipo de  problema que ainda persiste no HU. Os promotores cobram do governo estadual medidas e estudam a apresentação de novas denúncias.“Queremos uma resposta sobre o que está sendo feito para que este problema seja resolvido. Se a resposta não for convincente, nós estaremos promovendo mais uma ação civil pública contra o Estado para que haja investimento no Hospital Universitário”, afirmou o promotor Paulo Tavares.

A direção do HU informou que não irá se pronunciar sobre a decisão judicial. Quanto à superlotação e falta de leitos, o hospital diz ter encaminhado um oficio à central de regulação e às Secretárias Estadual e Municipal de Saúde pedindo que novos pacientes sejam encaminhados para outros hospitais.

Maria Madalena avalia que os governantes devem rever a situação da saúde pública. “Meu pai sempre trabalhou, sempre pagou os impostos dele certinho. A hora que ele precisou, não teve uma UTI, uma morte digna”, desabafou a filha.

Pronto-socorro fechado

O HU restringiu na quinta-feira (18) o atendimento de pacientes. O motivo apontado pelo hospital é a superlotação e a falta de espaço para o atendimento. A suspensão atinge os pronto-socorros cirúrgico, médico, ortopédico e obstétrico.

Conforme documento emitido pela direção do hospital, mais de 70 pacientes estão internados no pronto-socorro, sendo que a capacidade instalada é de 48 leitos. Quatro destes pacientes aguardam vaga na UTI nesta quinta-feira. Três destes estão respirando com a ajuda de aparelhos. A UTI de Queimados também está com atendimento restrito a 80% da capacidade total.

Além disso, A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para recém-nascidos do HU está interditada. De acordo com o hospital, a medida foi tomada após um susto de herpes e varicela
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