Metade dos homicídios são cometidos por adolescentes
Dos oito homicídios registrados em Cornélio Procópio, três foram cometidos por menores e em outro um adolescente é apontado como coautor; na região eles respondem por 19% das infrações
O perfil dos adolescentes infratores é, quase sempre, jovens de classe baixa, com pouca escolaridade, famílias desestruturadas e usuários de drogas
Cornélio Procópio – Levantamento da 11ª Subdivisão Policial (SDP), em Cornélio Procópio, aponta que dos oito homicídios registrados na cidade este ano, três foram cometidos por adolescentes. Em um quarto caso, um menor é apontado como coautor. O número é visto com preocupação pelas autoridades, pois mostra o crescente envolvimento de adolescentes em crimes graves.
Dados do 18º Batalhão da Polícia Militar (18º BPM), mostram que 19% das infrações registradas este ano foram cometidas por menores. A área abrange 21 cidades, nas regiões de Cornélio Procópio, Bandeirantes e Assaí. Em Cornélio Procópio eles respondem por 17% das 3.400 infrações ocorridas este ano.
Apesar de preocupantes, os números revelam uma melhora no quadro. Em 2013, os adolescentes respondiam por 20% dos crimes da área do 18º BPM, e 22% especificamente em Cornélio Procópio.
Apesar da queda, a criminalidade envolvendo adolescentes preocupa as autoridades policiais. "Vemos crescer a participação deles em infrações graves, como homicídios. Além disso, quase metade dos detidos que nos chegam por tráfico e assalto, são menores", afirma o delegado chefe da 11ª SDP, João Manoel Garcia Alonso Filho.
O promotor da Vara da Infância e Juventude de Cornélio Procópio, Guilherme Martins Agostini, aponta o tráfico de drogas como um dos desencadeadores da criminalidade entre adolescentes. "Quase a totalidade dos homicídios de autoria de adolescentes nesta comarca tem relação direta com o tráfico", afirma.
As drogas também são apontadas como principal causa de outros delitos. "O tráfico e consumo leva os adolescentes a cometerem furtos e roubos para sustento do vício ou acerto de dívidas", frisa a aspirante à oficial da PM, Adrianny Zimermann Moreira.
O perfil dos adolescentes infratores, quase sempre, segundo as autoridades, é de jovens de classe baixa, com pouca escolaridade, famílias desestruturadas e, na maioria das vezes, usuários de drogas. "Isso não significa que adolescentes com melhores condições financeiras não usem drogas. Eles usam, às vezes, mais do que os pobres, a diferença é que os mais ricos têm dinheiro para sustentar o vício, e por isso não se envolvem na criminalidade. O pobre, quando não tem amparo familiar, entra no crime por conta do vício ou dívidas", diz o delegado Alonso Filho.
O delegado também ressalta que muitos adolescentes são usados por adultos para cometer crimes mais graves. "A falsa impressão de impunidade que existe em relação ao crime cometido por jovens, faz com que os adultos os usem para se livrarem de penas mais pesadas."
Segundo o delegado, todos os adolescentes envolvidos em homicídios em Cornélio já foram apreendidos e estão internados em educandários.
O promotor ressalta que para crimes de homicídio, uso de violência e grave ameaça, há possibilidade de internamento já na primeira prática, com pena de seis meses a três anos. "Muitos adolescentes, com a mentalidade de que são imunes a qualquer punição, são flagrados seguidamente em atividade de tráfico. Nesses casos, há a internação, muitas vezes bem longa", diz Agostini
Em crimes considerados leves, a lei prevê a imposição de medidas socioeducativas. "Embora haja reincidência por parte de alguns adolescentes, também há casos em que após a aplicação dessas medidas, isso não volta a ocorrer, havendo um bom encaminhamento do adolescente. Em Cornélio, felizmente, temos uma entidade, a Espaço Jovem Evolução, que trabalha na aplicação de medidas socioeducativas em meio aberto, prestando uma grande colaboração à área da infância e juventude na cidade".
Dados do 18º Batalhão da Polícia Militar (18º BPM), mostram que 19% das infrações registradas este ano foram cometidas por menores. A área abrange 21 cidades, nas regiões de Cornélio Procópio, Bandeirantes e Assaí. Em Cornélio Procópio eles respondem por 17% das 3.400 infrações ocorridas este ano.
Apesar de preocupantes, os números revelam uma melhora no quadro. Em 2013, os adolescentes respondiam por 20% dos crimes da área do 18º BPM, e 22% especificamente em Cornélio Procópio.
Apesar da queda, a criminalidade envolvendo adolescentes preocupa as autoridades policiais. "Vemos crescer a participação deles em infrações graves, como homicídios. Além disso, quase metade dos detidos que nos chegam por tráfico e assalto, são menores", afirma o delegado chefe da 11ª SDP, João Manoel Garcia Alonso Filho.
DROGAS
O promotor da Vara da Infância e Juventude de Cornélio Procópio, Guilherme Martins Agostini, aponta o tráfico de drogas como um dos desencadeadores da criminalidade entre adolescentes. "Quase a totalidade dos homicídios de autoria de adolescentes nesta comarca tem relação direta com o tráfico", afirma.
As drogas também são apontadas como principal causa de outros delitos. "O tráfico e consumo leva os adolescentes a cometerem furtos e roubos para sustento do vício ou acerto de dívidas", frisa a aspirante à oficial da PM, Adrianny Zimermann Moreira.
O perfil dos adolescentes infratores, quase sempre, segundo as autoridades, é de jovens de classe baixa, com pouca escolaridade, famílias desestruturadas e, na maioria das vezes, usuários de drogas. "Isso não significa que adolescentes com melhores condições financeiras não usem drogas. Eles usam, às vezes, mais do que os pobres, a diferença é que os mais ricos têm dinheiro para sustentar o vício, e por isso não se envolvem na criminalidade. O pobre, quando não tem amparo familiar, entra no crime por conta do vício ou dívidas", diz o delegado Alonso Filho.
PUNIÇÃO
O delegado também ressalta que muitos adolescentes são usados por adultos para cometer crimes mais graves. "A falsa impressão de impunidade que existe em relação ao crime cometido por jovens, faz com que os adultos os usem para se livrarem de penas mais pesadas."
Segundo o delegado, todos os adolescentes envolvidos em homicídios em Cornélio já foram apreendidos e estão internados em educandários.
O promotor ressalta que para crimes de homicídio, uso de violência e grave ameaça, há possibilidade de internamento já na primeira prática, com pena de seis meses a três anos. "Muitos adolescentes, com a mentalidade de que são imunes a qualquer punição, são flagrados seguidamente em atividade de tráfico. Nesses casos, há a internação, muitas vezes bem longa", diz Agostini
Em crimes considerados leves, a lei prevê a imposição de medidas socioeducativas. "Embora haja reincidência por parte de alguns adolescentes, também há casos em que após a aplicação dessas medidas, isso não volta a ocorrer, havendo um bom encaminhamento do adolescente. Em Cornélio, felizmente, temos uma entidade, a Espaço Jovem Evolução, que trabalha na aplicação de medidas socioeducativas em meio aberto, prestando uma grande colaboração à área da infância e juventude na cidade".
"Quase a totalidade dos homicídios de autoria de
adolescentes tem relação direta com o tráfico"
adolescentes tem relação direta com o tráfico"
Rubia Pimenta
Especial para a FOLHA-folha de londrina
Especial para a FOLHA-folha de londrina
.jpg)
