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País ainda carece de educação empreendedora

Iniciativas mostram que ensino de liderança e gestão formam estudantes mais capacitados para o mercado

Educar com foco no empreendedorismo ainda é um desafio no Brasil. Um pouco mais frequentes no ensino técnico, tecnológico e superior, estas iniciativas são escassas nos ensinos fundamental e médio e, a fim de driblar essa carência, entidades, escolas e universidades se unem em experiências determinantes para o futuro profissional dos estudantes.

"A educação formal ainda leva o pensamento do indivíduo para ele ser um empregado, e a gente tem outras opções, como ter o próprio negócio ou ser um empregado diferente, o que chamamos de intraempreendedor", declara Rosângela Angonese, coordenadora estadual de educação empreendedora do Sebrae/PR. Pensando nisso, a entidade vem buscando parcerias em todos os níveis do ensino formal - do fundamental ao superior -, com instituições públicas e privadas do Estado.

"No fundamental, capacitamos os professores para que eles possam reproduzir esse conteúdo para os alunos, estimulando a criança a praticar o empreendedorismo", diz Rosângela. Neste nível de ensino, as parcerias já incluem mais de 30 mil alunos no Estado; nas escolas com período integral, as atividades acontecem no contraturno.

Nas universidades, o Sebrae atua de três formas: na capacitação dos professores, promovendo palestras sobre o tema e incentivando a participação no Desafio Empreendedor Universitário. Só em 2014, cerca de 3,7 mil estudantes do Paraná participaram do desafio.

"Temos parcerias com 15 universidades do Estado que desenvolvem vários tipos de ações, inclusive dando apoio financeiro", revela. Segundo a coordenadora, o objetivo das ações é muito claro: construir uma sociedade paranaense mais empreendedora.

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é uma das parceiras do Sebrae em Londrina. Andréa Baroneza, responsável pelo Programa de Empreendedorismo e Inovação (Proem) da instituição, diz que a temática faz parte do currículo dos cursos da universidade, no entanto, a parceria agrega conhecimento com palestras, oficinas e cursos de liderança.

Segundo Andréa, a UTFPR objetiva trabalhar o conhecimento tecnológico e, ao mesmo tempo, mostrar ao alunos a oportunidade de empreender nas áreas em que atuam, visão ainda rara nas escolas. "Quando tivermos esse encaminhamento desde o ensino fundamental e médio, nosso potencial de criação e inovação dentro das universidades será bem maior", acredita.

NA ADOLESCÊNCIA

Uma experiência de sucesso na promoção da mentalidade inovadora de adolescentes vem da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), por meio do Colégio Sesi. Lilian Luitz, gerente de operações inovadoras da instituição, diz que os paradigmas educacionais são quebrados desde a configuração das salas, equipadas com mesas redondas.

"Aplicamos o modelo intersseriado, envolvendo primeiros, segundos e terceiros anos; bimestralmente o aluno terá uma turma nova", explica. A gerente acredita que os alunos da instituição se diferenciem dos demais pela capacidade de argumentação e pela intensa vivência em grupo, reforçada pelo relacionamento entre colegas de diferentes turmas. O empreendedorismo permeia todas as disciplinas.

"Fazemos a formação de profissionais empreendedores e isto se aprende na ação", defende Lilian, que vê grandes iniciativas na educação brasileira com foco no empreendedorismo. "Vejo que o Brasil é bastante criativo para inserir competências no ensino", finaliza.
Cecília França
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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