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Paraná tem maior crescimento da expectativa de vida no Sul

Segundo IBGE, números nacionais de 2013 ficaram próximos dos que estavam projetados para serem atingidos somente em 2020

Gustavo Carneiro
Estimativa é que população brasileira com mais de 65 anos deve quadruplicar até 2060
 
Londrina - O aumento da expectativa de vida desafia as políticas públicas porque isto impactará diretamente sobre o crescimento da população com idade acima de 65 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a esperança de vida da população brasileira passou de 62,5 anos em 1980 para 74,9 anos em 2013. No Paraná essa evolução partiu de 64 anos em 1980 para 76,2 anos, ou seja, em 33 anos a expectativa de vida de um paranaense aumentou em 12,1 anos, o maior crescimento em anos entre todos os Estados do Sul. Santa Catarina aumentou 11,5 anos (de 66,6 a 78,1) e o Rio Grande do Sul registrou um crescimento de 9,1 anos (de 67,8 anos a 76,9 anos).

Os números relacionados à esperança de vida de 2013 ficaram próximos dos que estavam projetados pelo próprio IBGE para serem atingidos somente em 2020. Segundo esses números, em 2015 a esperança de vida no Brasil seria de 73,76 anos, em 2020 de 74,98 anos, em 2025 de 76,12 e em 2030 essa expectativa seria de 77,16 anos. Com esses novos dados, provavelmente será necessário realizar um novo cálculo para projetar essa evolução.

A diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - Seção Paraná, a geriatra Ivete Berkenbrock, destacou que o desafio é prover espaços de convivência e aumentar o acesso aos serviços de saúde para esse público. Ela destacou que já houve melhoras em relação a 15 anos atrás. "O Estatuto do Idoso colocou essas pessoas como merecedoras de atenção. Essas pessoas não podem ser vistas como crianças que cresceram. Existem necessidades e qualidades diferentes para elas", destacou a geriatra. Ela afirmou que devem ser realizadas mudanças na sociedade para cuidar dessa população.

"O desafio é fazer com que essas pessoas envelheçam com saúde e qualidade de vida. Isso inclui a criação de mais espaços de convivência e de adaptações arquitetônicas para atender toda essa população, caso contrário haverá problemas de autonomia e, consequentemente, de dependência de cuidados", explicou. Ela destacou que os médicos pedem para os idosos caminharem, mas as calçadas não estão adequadas e ainda há o risco de violência contra os idosos, por meio de furtos. Muitas vezes eles são chamados para audiências em fóruns, mas esses espaços não estão adaptados para recebê-los.

Além do aumento da esperança de vida, outro dado importante é que a geração de baby boomers, pessoas nascidas entre a década de 60 e início da década de 70, atingiu os 50 anos em 2010. Foi nessa geração em que houve uma grande explosão de nascimentos de crianças, que agora começaram a se aposentar. "Já temos pessoas que nasceram nessa época e que deixaram o mercado de trabalho e isso começará a pesar inclusive na folha de pagamentos da Previdência Social. Além disso, a partir dos 65 anos as pessoas estão mais sujeitas a doenças crônicas como hipertensão, diabetes e osteoporose", disse a especialista. No ano passado, o mesmo IBGE havia divulgado uma previsão de que a população com essa faixa etária deve passar de 14,9 milhões (7,4% do total) em 2013 para 58,4 milhões (26,7% do total) em 2060, ou seja, praticamente quadruplicaria os números atuais.

FOLHA DE LONDRINA
Vítor Ogawa
Reportagem Local
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