Violência preocupa universidades públicas
Problemas como roubos, agressão e vandalismo geraram três grandes mobilizações nos últimos meses

Na UEL, última reposição representativa de vigilantes ocorreu há cinco anos
Londrina – Em novembro, a divulgação de um relatório que apontou uma série de problemas de segurança na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), entre eles violência sexual, discriminação e consumo de drogas, chocou a comunidade universitária brasileira. Foi uma amostra extrema de que a violência está instalada dentro das instituições de Ensino Superior do País.
No Paraná, embora nenhuma situação se aproxime do constatado no curso mais concorrido da principal universidade pública brasileira, há uma grande preocupação com a segurança no Ensino Superior mantido por entes estatais. Ao menos três grandes mobilizações em universidades locais foram registradas nos últimos meses.
A mais recente foi no final de setembro. Em uma reunião com representantes da Polícia Militar, a reitoria da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), estudantes e moradores da Vila Carli, em Guarapuava, bairro vizinho ao campus Cedeteg, pediram reforço do policiamento na região. Segundo a PM, os maiores problemas na localidade eram assaltos, situações de perturbação de sossego e tráfico de drogas. Com a formatura de soldados, a polícia conseguiu colocar mais uma viatura na rua, e um dos pontos atendidos tem sido a região do campus.
No mesmo mês, representantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e da PM se reuniram para discutir medidas para melhorar a segurança no campus de Uvaranas, o maior da instituição.
Três ocorrências haviam sido registradas nas semanas anteriores ao encontro: o prédio do laboratório do curso de Educação Física teve janelas quebradas e paredes pichadas; no bloco de Agronomia, estufas de plástico foram perfuradas por vândalos; e um vigia patrimonial foi agredido por três jovens que bebiam na região da Central de Salas e ficou hospitalizado por dois dias.
Ítalo Sérgio Grande, prefeito dos campi da UEPG, relata que a PM passou a fazer mais rondas na região. "Como a nossa segurança é apenas patrimonial, cabe à polícia a segurança geral", explica. A universidade está ampliando o sistema de câmeras de vigilância, que terá um acréscimo de 50 equipamentos aos 200 já existentes. "Também estamos buscando recursos para melhorar a iluminação a partir do ano que vem", diz o prefeito. Segundo Grande, o campus de Uvaranas tem oito quilômetros de divisa e por dia circulam no local entre 7 mil e 8 mil pessoas, da comunidade universitária e externa.
Em junho, estudantes e servidores do campus de Cascavel da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) realizaram um protesto e conversaram com representantes da reitoria e da PM para cobrar mais segurança na região.
Alexandre Almeida Webber, diretor geral do campus de Cascavel da Unioeste, diz que as manifestações foram motivadas por problemas de segurança nos bairros vizinhos ("os alunos eram assaltados chegando e saindo do campus", explica) e pela explosão de um caixa eletrônico dentro da universidade.
"A questão da falta de segurança é algo que estamos vivendo em todo lugar e a todo momento. Passou de todos os limites", afirma. Ele relata que, antes dos protestos, a direção já havia decidido fechar alguns portões na frente do campus. Depois, decidiu fechar o portão dos fundos. "Ele dava para uma rua sem saída, e ocorreram dois assaltos a mão armada ali", aponta Webber. Outras medidas para aumentar a segurança foram a interligação dos estacionamentos do campus, troca de lâmpadas e instalação de refletores em pontos estratégicos.
O diretor relata que o plano principal é criar uma central de monitoramento, com câmeras de segurança voltadas para a parte externa da universidade e alarmes nas entradas. Um projeto, orçado em aproximadamente R$ 150 mil, deve ser licitado no início do ano que vem. A ideia, segundo Webber, é expor menos os vigilantes, que hoje são poucos (16 ao todo – em alguns turnos, apenas três trabalham). "Eu não vou colocar vigia para brigar com ladrão", justifica. Parte dos vigilantes já tem certa idade, e as aposentadorias vão desfalcando o quadro. "Poderíamos terceirizar, mas ficaria caro. Só se o governo passasse um recurso à parte", diz o diretor.
De acordo com Webber, dentro do campus, há câmeras apenas nas clínicas de odontologia e fisioterapia. Há a ideia de ampliar o monitoramento interno, mas apenas "no futuro". O diretor aponta que a Polícia Militar intensificou as rondas no entorno do campus.
FOLHA DE LONDRINA
No Paraná, embora nenhuma situação se aproxime do constatado no curso mais concorrido da principal universidade pública brasileira, há uma grande preocupação com a segurança no Ensino Superior mantido por entes estatais. Ao menos três grandes mobilizações em universidades locais foram registradas nos últimos meses.
A mais recente foi no final de setembro. Em uma reunião com representantes da Polícia Militar, a reitoria da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), estudantes e moradores da Vila Carli, em Guarapuava, bairro vizinho ao campus Cedeteg, pediram reforço do policiamento na região. Segundo a PM, os maiores problemas na localidade eram assaltos, situações de perturbação de sossego e tráfico de drogas. Com a formatura de soldados, a polícia conseguiu colocar mais uma viatura na rua, e um dos pontos atendidos tem sido a região do campus.
No mesmo mês, representantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e da PM se reuniram para discutir medidas para melhorar a segurança no campus de Uvaranas, o maior da instituição.
Três ocorrências haviam sido registradas nas semanas anteriores ao encontro: o prédio do laboratório do curso de Educação Física teve janelas quebradas e paredes pichadas; no bloco de Agronomia, estufas de plástico foram perfuradas por vândalos; e um vigia patrimonial foi agredido por três jovens que bebiam na região da Central de Salas e ficou hospitalizado por dois dias.
Ítalo Sérgio Grande, prefeito dos campi da UEPG, relata que a PM passou a fazer mais rondas na região. "Como a nossa segurança é apenas patrimonial, cabe à polícia a segurança geral", explica. A universidade está ampliando o sistema de câmeras de vigilância, que terá um acréscimo de 50 equipamentos aos 200 já existentes. "Também estamos buscando recursos para melhorar a iluminação a partir do ano que vem", diz o prefeito. Segundo Grande, o campus de Uvaranas tem oito quilômetros de divisa e por dia circulam no local entre 7 mil e 8 mil pessoas, da comunidade universitária e externa.
Em junho, estudantes e servidores do campus de Cascavel da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) realizaram um protesto e conversaram com representantes da reitoria e da PM para cobrar mais segurança na região.
Alexandre Almeida Webber, diretor geral do campus de Cascavel da Unioeste, diz que as manifestações foram motivadas por problemas de segurança nos bairros vizinhos ("os alunos eram assaltados chegando e saindo do campus", explica) e pela explosão de um caixa eletrônico dentro da universidade.
"A questão da falta de segurança é algo que estamos vivendo em todo lugar e a todo momento. Passou de todos os limites", afirma. Ele relata que, antes dos protestos, a direção já havia decidido fechar alguns portões na frente do campus. Depois, decidiu fechar o portão dos fundos. "Ele dava para uma rua sem saída, e ocorreram dois assaltos a mão armada ali", aponta Webber. Outras medidas para aumentar a segurança foram a interligação dos estacionamentos do campus, troca de lâmpadas e instalação de refletores em pontos estratégicos.
O diretor relata que o plano principal é criar uma central de monitoramento, com câmeras de segurança voltadas para a parte externa da universidade e alarmes nas entradas. Um projeto, orçado em aproximadamente R$ 150 mil, deve ser licitado no início do ano que vem. A ideia, segundo Webber, é expor menos os vigilantes, que hoje são poucos (16 ao todo – em alguns turnos, apenas três trabalham). "Eu não vou colocar vigia para brigar com ladrão", justifica. Parte dos vigilantes já tem certa idade, e as aposentadorias vão desfalcando o quadro. "Poderíamos terceirizar, mas ficaria caro. Só se o governo passasse um recurso à parte", diz o diretor.
De acordo com Webber, dentro do campus, há câmeras apenas nas clínicas de odontologia e fisioterapia. Há a ideia de ampliar o monitoramento interno, mas apenas "no futuro". O diretor aponta que a Polícia Militar intensificou as rondas no entorno do campus.
‘A questão da falta de segurança é algo que
estamos vivendo em todo lugar e a todo momento’
estamos vivendo em todo lugar e a todo momento’
FOLHA DE LONDRINA
Fábio Galão
Reportagem Local
Reportagem Local