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22% dos presos em delegacias estão em Londrina e região

Mapa Carcerário da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos aponta 4.809 detentos a mais nos distritos policiais e 1.330 vagas disponíveis no sistema penal

 
Londrina - As grades das celas permanecem abertas nas carceragens das delegacias de Cambé e de Arapongas, na Região Metropolitana de Londrina. A cena não causa surpresa. Conforme o delegado de Cambé, Jorge Barbosa, as 52 vagas eram ocupadas por 148 detentos até o dia 22 de dezembro. "A gente tem um diálogo bom com os presos, na medida do possível. Apesar da superlotação, houve melhorias. Temos 14 agentes de cadeia pública. A escolta ainda é de responsabilidade dos investigadores, mas todos nós sabemos que a situação só será resolvida com a construção de presídios regionais no Norte Pioneiro", explicou.

De acordo com o Mapa Carcerário, disponibilizado no site da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná (Seju), Londrina e outras 32 cidades da região concentravam 2.083 presos nas delegacias até o dia 21 de dezembro. O número representa mais que o dobro do total de vagas (1.042) disponibilizado provisoriamente. Em todo o Paraná, havia 9.107 presos mantidos nos distritos policiais, que oferecem 4.282 vagas. Com a superlotação, presos acomodados em pátios de sol também não causam estranheza.

A Delegacia de Arapongas apresenta a situação mais crítica da Região Norte do Estado. O local tem capacidade para abrigar 36 detentos, mas havia 192 pessoas. Duas tentativas de fuga foram registradas em menos de 24 horas e nove detentos fugiram na véspera do Natal.

Para o delegado de Arapongas, Paulo Gomes de Souza, o problema da superlotação só terminaria com a profissionalização dos detentos e a contratação de mais funcionários para o Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen). "Quem visita uma cadeia pública presencia o caos. O papel da polícia é prender, mas quem vai sustentar a cadeia cheia? Isso é o que todo mundo quer saber", questionou. Na semana anterior, cinco presos fugiram da delegacia da cidade de Bela Vista do Paraíso e outros nove conseguiram escapar das celas do município de Congonhinhas, ambos no Norte do Estado.

Em Londrina, os presos provisórios são encaminhados para o 3º, 4º e 5º distritos policiais. O primeiro é destinado apenas às mulheres e os dois últimos foram interditados parcialmente pela Vara de Execuções Penais. Com as interdições, o 4º e 5º distritos podem abrigar, no máximo, 60 detentos cada. Para o delegado do 4º DP, Edgar Soriani, a situação por aqui está controlada. No entanto, a falta de agentes de cadeia pública dificulta os trabalhos da Polícia Civil na cidade. "Londrina não possui esses agentes. Temos uns cinco funcionários temporários da Seju divididos nos três distritos. Eles atuam como uma espécie de auxiliar nas carceragens, mas são insuficientes", argumentou Soriani. Juntos os distritos abrigavam 188 presos até a semana passada.

O Mapa Carcerário aponta que dos 9.107 presos em delegacias, 1.844 já foram condenados e deveriam estar nas penitenciárias, que possuíam 1.330 vagas ociosas até a última semana. O Paraná conta com 34 unidades, sendo 26 em regime fechado. A população carcerária nas delegacias e penitenciárias é de 27.320.
Viviani Costa
Reportagem Local-folha de londrina
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