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Bispo de Foz do Iguaçu revoga afastamento e permite volta de padres

Sacerdotes estavam afastados das funções desde novembro de 2013.
Desentendimentos foram provocados por denúncias de invasão de e-mail.

Fabiula WurmeisterDo G1 PR, em Foz do Iguaçu
Bispo de Foz do Iguaçu denuncia padres por invasão de e-mail (Foto: Reprodução / RPC TV)Bispo de Foz do Iguaçu denunciou padres por invasão de
e-mail (Foto: Reprodução / RPC TV)
O Bispo de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, Dom Dirceu Vegini, comunicou por meio de nota publicada nesta terça-feira (10) no site da diocese que ostrês padres impedidos de exercer as funções desde novembro de 2013poderão “retomar o ministério sacerdotal”. No mesmo documento, são definidos para onde os religiosos serão designados, porém não explica o motivo da revogação da decisão de afastamento. Nenhum deles será mantido em Foz do Iguaçu.
“O Pe. Agostinho Gatelli vai auxiliar o Pe. Cláudio Güntzel na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, município de Missal; o Pe. Paulo C. de Souza vai retomar a sua experiência na Diocese de Guarapuava; o Pe. Sérgio Bertotti vai auxiliar o Pe. Fabio Welter na Paróquia Santo Antônio, município de Santa Helena”, informa a nota. “Obrigado aos três sacerdotes pela conversa fraterna que tivemos no dia de ontem”, encerra o comunicado assinado por Dom Dirceu.
Os três são acusados de violar e-mails envolvendo a Cúria Diocesana de Foz do Iguaçu. E foram afastados por meio de um decreto, do dia 31 de outubro de 2013, assinado pelo bispo. Um pedido de resposta sobre o motivo do afastamento foi encaminhado para Roma, porém a congregação responsável pela conduta dos padres respondeu que não há processo contra eles. Para o advogado dos padres, Álvaro Albuquerque, o afastamento foi ilegal.

O padre Agostinho, que desde então vive com a família em Santa Helena, também no oeste, auxiliando nos trabalhos na lavoura, disse apenas que todos esperavam por isso e que “nada mais justo do que revogar o decreto”. Já o padre Paulo, que vinha trabalhando com o comércio de roupas em Foz do Iguaçu, preferiu não comentar o assunto. 
Após receber a decisão, Padre Sérgio reforçou que até hoje não sabe o motivo do afastamento e que vai tomar medidas canônicas para descobrir. Desde junho de 2014, ele vinha trabalhando em uma cooperativa em Medianeira, no oeste. Ele foi contratado para ajudar em um projeto com jovens aprendizes. Ansioso para recomeçar, deve assumir o novo posto oficialmente na sexta-feira (13).
Albuquerque antecipou que deve se reunir na tarde desta terça com os padres pare decidir o que deverá ser feito judicialmente. “Com essa decisão, o processo canônico, se é que existia, fica anulado. Estávamos com duas ações prontas, uma de pedido de explicação sobre o afastamento e outra por danos morais. Vai caber a eles, os padres, decidir se damos procedimento ou não. Quanto à ação penal movida pelo bispo, ele não tem mais autonomia. Agora quem decide é o promotor se continua com as investigações ou se arquiva o caso”, explicou o advogado.
Denúncias
A determinação de afastamento se baseou em denúncias feitas pelo bispo de Foz do Iguaçu e por fiéis apontando que sete padres tiveram acesso a mensagens eletrônicas confidenciais. A distribuição dos mais de 200 e-mails ocorreu em agosto de 2012, mas o caso só foi divulgado no dia 16 de julho de 2013 após o bispo denunciar a invasão de privacidade à polícia.
Um documento vindo de Roma e endereçado ao bispo dizia na época que "esta congregação foi informada sobre o furto da senha de seu computador e divulgação de correspondência reservada. Alguns dos suspeitos provavelmente também estariam envolvidos em outros delitos. (...) rogo-lhe decretar investigações prévias".
Quando o afastamento completou um ano, o porta-voz da Cúria Diocesana em Foz, Padre Antônio Viana, afirmou não existir um processo canônico. “Houve uma investigação, um tribunal eclesiástico fez a investigação e isso foi enviado à congregação”. Ainda segundo o porta-voz, Dom Dirceu não tomou a decisão, de afastar os padres, sozinho. “Se chegou até esse ponto, com certeza teve um caminho longo para que a situação fosse diferente.”

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