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MP-PR investiga participação de Luiz Abi nos desvios da Receita Estadual

Segundo a Promotoria, ele tinha poder de decisão dentro do órgão público.
Parente de Beto Richa estava preso, suspeito de outra fraude no governo.

Do G1 PR, com informações da RPC em Londrina
O empresário Luiz Abi Antoun, parente do governador Beto Richa (PSDB), é suspeito de participar e acobertar o esquema de corrupção na Receita Estadual de Londrina, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR). Ele já estava sendo investigado por fraude em uma licitação noDepartamento de Transporte Oficial (Deto) do Governo do Estado.
Investigações mostram que ele tinha o poder de indicar nomes para cargos estratégicos, interferir em fiscalizações e era consultado sobre os procedimentos dos fiscais corruptos. Ele também negociava com empresas que deviam impostos ao Estado, ainda conforme o MP.

Em depoimento, Marcelo Caramori, ex-assessor do governo de Richa preso por suspeita de exploração sexual de menores, confirmou que Abi tinha importância fundamental na estrutura política do estado.
O empresário agia "sempre nas sombras, com características mafiosas, para acobertar a corrupção", afirma a Promotoria.
O parente do governador estava preso desde o dia 16 de março, em Londrina, em razão da suspeita de fraude no Deto. Ele foi solto na segunda-feira (23) depois que a Justiça concedeu um habeas corpus em favor dele.
Mesmo em liberdade, Abi continua sendo investigado. Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate do Crime Organizado (Gaeco) já informaram que vão pedir quebras do sigilo bancário, fiscal e telefônico dele. O objetivo é saber qual é a real ligação dele com os fiscaissuspeitos de corrupção.
A operação
A Operação Publicano, realizada pelo Gaeco, visa um suposto esquema de recebimento de vantagens indevidas. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), existia um grupo dentro da Receita Estadual que protegia a sonegação fiscal de empresários em troca de propina. A investigação ainda não identificou o possível valor desviado.
Conforme o MP-PR, as investigações começaram há nove meses. A primeira etapa ocorreu no dia 5 de março. Na sexta-feira (20), uma nova fase da operação cumpriu 20 mandados de prisão e outros 30 de busca e apreensão. Entre as pessoas que foram presas, estão oito funcionários da Receita Estadual, sendo sete auditores, um policial civil, um contador e empresários.
Ainda segundo o MP-PR, a operação está ligada a outras duas investigações: uma sobre exploração sexual de meninas e outra que apura uma fraude em uma licitação para o conserto de carros oficiais. No último caso, o esquema era liderado por Luiz Abi Antoun, ainda de acordo com o Ministério Público.
O MP-PR indica que a Operação Publicano quer atingir grupos criminosos que agem e recebem lucros a partir da corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
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