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Protesto de caminhoneiros chega à zona urbana

Com rodovias desbloqueadas na região, categoria reúne centenas em manifestação pelas ruas de Londrina

Gustavo Carneiro
Por quase três horas motos, veículos pequenos e caminhões percorreram as principais vias de Londrina ontem, tendo o apoio da população
Londrina - Centenas de motos, veículos pequenos e caminhões uniram-se, ontem, em um protesto que teve início em Cambé, por volta das 15h30, e percorreu as principais vias de Londrina. Durante quase três horas, a carreata seguiu pelas Avenidas Tiradentes, Juscelino Kubitschek e Higienópolis, desembocando na Leste Oeste e, por fim, na Avenida Dez de Dezembro. Buzinaço e frases de protesto contra o Governo Federal marcaram a passagem dos manifestantes.

O movimento pretende manter vivas as reivindicações dos caminhoneiros, mesmo com o desbloqueio da maioria das rodovias do Estado após decisões judiciais. Eles pedem a redução dos custos com pedágio e óleo diesel e aumento na tabela do frete. O londrinense Alexandre José colocou esposa e filhos na caminhonete e acompanhou a carreata em apoio à categoria.

"Se encarece o transporte encarecem todos os produtos para a gente", diz, explicando a adesão ao movimento. Pelas ruas, a população demonstrava apoio por meio de falas e gestos. O caminhoneiro autônomo Anderson Rodrigues, de Londrina, afirma que o movimento foi improvisado e arrebanhou participantes por meio das redes sociais e WhatsApp. Na opinião dele, as propostas apresentadas pelo governo na primeira rodada de negociações não contemplou os anseios da categoria.

"As propostas beneficiaram só os grandes, não os autônomos", reclama. Vanilda Gomes, esposa de caminhoneiro, conta que ela e o esposo saíram da PR-455 no sábado, após ação da Polícia Rodoviária Estadual, mas não cessaram as reivindicações.

"Queremos aumento do frete, baixa do pedágio e que os caminhoneiros passem a receber por quilômetro rodado", explica ela. Vanderson de Ferro, de Cambé, escreveu a palavra "socorro" no para-brisas do caminhão, uma síntese da situação difícil enfrentada pela categoria.

"Precisamos que abaixe o óleo diesel e o pedágio, porque está acabando com os caminhoneiros", diz. Mesmo com decisões judiciais exigindo a liberação do tráfego nas rodovias, caminhoneiros ouvidos pela reportagem cogitam retomar os bloqueios ainda nesta semana. Uma nova reunião do Ministério dos Transportes com representantes da categoria está marcada para o próximo dia 10.

BLOQUEIOS

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou no início da noite de ontem a liberação de todas as rodovias federais no Paraná. As estaduais também permaneciam desbloqueadas desde sábado. No País, apenas 12 BRs seguem parcialmente bloqueadas, sendo duas no Mato Grosso e 10 em Santa Catarina.

O Governo Federal divulgou nota ontem dizendo que vai ampliar a presença policial para garantir o cumprimento das decisões judiciais e a desobstrução das rodovias em todo o País, "garantindo o direito ao trabalho e o abastecimento da população".
Cecília França
Reportagem Local-folha de londrina
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