39% dos veículos roubados e furtados não são recuperados
Segundo dados da Sesp, índice roubos de veículos no Estado cresceu 11% entre 2013 e 2014

Em São Pedro do Ivaí, no Vale do Ivaí, só neste ano foram seis roubos de caminhonetes

Londrina – Do total de 24.715 veículos furtados e roubados no Paraná entre os anos de 2013 e 2014, 9.647, ou 39%, não foram recuperados pela polícia. Em números absolutos, a Área Integrada de Segurança Pública (AISP) de Curitiba é a que possui o maior número de furtos e roubos entre as 23 AISPs do Estado, com 8.871 ocorrências (4.987 furtos e 3.974 roubos), seguida pela de São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), com 3.290 (1.894 furtos e 1.396 roubos) e a de Londrina, com 2.425 casos (1.577 furtos e 848 roubos). Em um ano, o número de veículos furtados no Estado aumentou 5,9%, enquanto os roubos cresceram 11,47%. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), com informações das polícias civil e militar.
Em relação à variação percentual de ocorrências registradas entre 2013 e 2014, o município de São Mateus do Sul (Região Sul) teve a maior alta no número de furtos, com 66,18%, enquanto Telêmaco Borba (Campos Gerais) liderou a estatística de roubos, com aumento de 154%. Indicado pela Sesp para comentar os números à FOLHA, o delegado-chefe da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, Cassiano Lourenço Aufiero, afirmou que houve uma estabilidade na evolução dessas ocorrências na capital e região, mas observou que a tendência é que haja um aumento de roubos em relação ao número de furtos. "Os números praticamente ficaram estáveis na cidade, considerando que no período de um ano são realizados 5 mil emplacamentos em Curitiba. Mas a tendência é de que haja um aumento de roubos em relação ao de furtos em função da melhoria dos sistemas de segurança dos veículos", apontou.
Aufiero observou que as dificuldades impostas por chaves codificadas, alarmes e sensores de fábrica e outros dispositivos de segurança dificultam que ladrões façam a chamada ligação direta. "Os bandidos estão cada vez precisando mais da presença do proprietário do veículo para conseguir o carro", disse o delegado, que preferiu não se aprofundar sobre os números no interior do Estado, alegando que contribui apenas esporadicamente.
RECEPTAÇÃO
Em relação à comercializa++ção das peças roubadas, Cassiano Aufiero explicou que o encaminhamento delas para comércios estabelecidos legalmente tem diminuído, ao contrário do que vem ocorrendo em pequenas oficinas em áreas periféricas da capital, principalmente as que funcionam em fundos de quintal. "Muitas vezes esses desmanches são feitos em áreas tão afastadas e de difícil acesso até para os carros. Esses criminosos sinalizam as áreas com tecidos coloridos para poderem se orientar mais facilmente. São áreas em que o telefone celular nem funciona", observou. Ele destacou que para evitar a aquisição de um produto roubado as pessoas devem exigir que a nota fiscal seja eletrônica e que contenha a discriminação de onde o produto foi retirado. "Essa nota fiscal deve ter o modelo e ano do carro e o número do chassis para que seja identificado adequadamente. O comprador tem o direito de exigir isso, pois uma pessoa pode ter sido morta para que essa autopeça ficasse disponível. A próxima vítima pode ser esse comprador", alertou o delegado.
Outro destino desses veículos roubados, segundo Aufieri, é o uso para atividades criminosas como furtos de caixas eletrônicos, tráfico de drogas, assaltos, entre outros. Ele afirmou que não se pode dizer que esses assaltos possuam elo com facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC). "Alguns podem ter essa ligação, mas outros não. É difícil dizer. Está tudo muito diversificado", apontou.
folha de londrina
Em relação à variação percentual de ocorrências registradas entre 2013 e 2014, o município de São Mateus do Sul (Região Sul) teve a maior alta no número de furtos, com 66,18%, enquanto Telêmaco Borba (Campos Gerais) liderou a estatística de roubos, com aumento de 154%. Indicado pela Sesp para comentar os números à FOLHA, o delegado-chefe da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, Cassiano Lourenço Aufiero, afirmou que houve uma estabilidade na evolução dessas ocorrências na capital e região, mas observou que a tendência é que haja um aumento de roubos em relação ao número de furtos. "Os números praticamente ficaram estáveis na cidade, considerando que no período de um ano são realizados 5 mil emplacamentos em Curitiba. Mas a tendência é de que haja um aumento de roubos em relação ao de furtos em função da melhoria dos sistemas de segurança dos veículos", apontou.
Aufiero observou que as dificuldades impostas por chaves codificadas, alarmes e sensores de fábrica e outros dispositivos de segurança dificultam que ladrões façam a chamada ligação direta. "Os bandidos estão cada vez precisando mais da presença do proprietário do veículo para conseguir o carro", disse o delegado, que preferiu não se aprofundar sobre os números no interior do Estado, alegando que contribui apenas esporadicamente.
RECEPTAÇÃO
Em relação à comercializa++ção das peças roubadas, Cassiano Aufiero explicou que o encaminhamento delas para comércios estabelecidos legalmente tem diminuído, ao contrário do que vem ocorrendo em pequenas oficinas em áreas periféricas da capital, principalmente as que funcionam em fundos de quintal. "Muitas vezes esses desmanches são feitos em áreas tão afastadas e de difícil acesso até para os carros. Esses criminosos sinalizam as áreas com tecidos coloridos para poderem se orientar mais facilmente. São áreas em que o telefone celular nem funciona", observou. Ele destacou que para evitar a aquisição de um produto roubado as pessoas devem exigir que a nota fiscal seja eletrônica e que contenha a discriminação de onde o produto foi retirado. "Essa nota fiscal deve ter o modelo e ano do carro e o número do chassis para que seja identificado adequadamente. O comprador tem o direito de exigir isso, pois uma pessoa pode ter sido morta para que essa autopeça ficasse disponível. A próxima vítima pode ser esse comprador", alertou o delegado.
Outro destino desses veículos roubados, segundo Aufieri, é o uso para atividades criminosas como furtos de caixas eletrônicos, tráfico de drogas, assaltos, entre outros. Ele afirmou que não se pode dizer que esses assaltos possuam elo com facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC). "Alguns podem ter essa ligação, mas outros não. É difícil dizer. Está tudo muito diversificado", apontou.
folha de londrina
Vítor Ogawa
Reportagem Local
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