André Vargas é preso em nova fase da Lava Jato
Nesta etapa, operação investiga os crimes de organização criminosa, corrupção, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, entre outros

Curitiba - O ex-deputado André Vargas (sem partido-PR) foi preso na manhã de ontem, em sua residência em Londrina, na 11ª fase da Operação Lava Jato deflagrada pela Polícia Federal (PF) e denominada de "A Origem". Também tiveram a prisão preventiva decretada os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e o já condenado no mensalão, que cumpre pena no regime semiaberto no presídio de Canhotinho (PE), Pedro Corrêa (PP-PE). As investigações desta etapa abrangem crimes que vão além da Petrobras e envolvem até contratos de publicidade da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Ministério da Saúde (MS).
Nesta fase da operação estão sendo investigados os crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência envolvendo os três grupos dos ex-deputados. O nome da operação faz referência às investigações dos ex-parlamentares, cujo envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef foi descoberto nas primeiras etapas da operação, no ano passado.
Além dos ex-parlamentares, também foram presos ontem Leon Vargas, irmão de André, Eliá Santos da Hora, secretária de Argôlo, Ivan Mernon da Silva Torres, apontado como laranja de Corrêa e que foi seu assessor parlamentar entre 2003 e 2006, e Ricardo Hoffmann, dirigente da empresa Borghi Lowe. Os irmãos Vargas chegaram à sede da PF em Curitiba por volta das 16h30 e devem fazer o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) da Capital hoje pela manhã, com os demais detidos.
Ao todo foram cumpridos 32 mandados judiciais: sete de prisão - três preventivos e quatro temporários -, nove de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão. As diligências ocorreram no Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
Segundo dados da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), a agência de publicidade BorghiLowe Propaganda e Marketing Ltda., que administra contas de entidades públicas, como a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde, solicitava a empresas subcontratadas - E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes - a realização de serviços de publicidade legais, entretanto as orientava a realizar pagamentos de comissões devidas (no valor de 10% dos contratos) para contas das empresas Limiar, com sede em Curitiba, e LSI, com sede em São Paulo, que eram controladas por André Vargas e seu irmão Leon.
Conforme o despacho proferido pelo juiz federal Sérgio Moro, há suspeita de que a empresa BorghiLowe tenha pagado os 10% de propina aos irmãos Vargas para obter vantagens em contratos da Caixa e de outros órgãos públicos.
"Os fatos caracterizam, em princípio, crimes de corrupção, com comissões devidas à BoghiLowe, agência de publicidade contratada por entidades públicas, sendo direcionadas como propinas e sem causa lícita a André Vargas e aos irmãos deste por intermédio do estratagema fraudulento", ressaltou o magistrado.
Segundo as investigações, tanto a Limiar quanto a LSI eram empresas de fachada. "André Vargas compôs o quadro social da empresa Limiar com seu irmão Leon Vargas entre 2009 e 2012. A empresa teve um único empregado registrado entre 2011 e 2012. Já o quadro social da LSI Solução em Serviços Empresariais Ltda. seria composto por Leon Vargas e Milton Vargas, irmãos do ex-deputado. Esta empresa não teve empregados registrados", completou Moro.
"Essas investigações ainda vão prosseguir por muito tempo porque, pelos dados já levantados, nós temos um indicativo de fraudes, como nós suspeitávamos, fora da Petrobras também", afirmou o delegado da PF Igor Romário de Paula. "A praxe do mercado é a devolução dos 10% de bônus para a empresa que fez as subcontratações. Neste caso, o pagamento pela influência de Vargas na escolha da Borghi era que os 10% fossem pagos para as empresas de fachada dos irmãos Vargas. O bônus não voltava para Borghi, ia para as empresas do André e do Leo", completou o delegado. "Essa investigação vai nos levar a mares nunca dantes navegados. Temos áreas ainda intocadas na investigação", completou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima.
Nas contas das empresas Limiar e LSI, de acordo com o MPF, também foram identificados depósitos de outras empresas que têm contratos com o Poder Público, como a JBS SA e a Concessionária Ecovias dos Imigrantes SA.
"Isso não vai ficar circunscrito à Petrobras. É um modelo de negócios que se reproduz pelo Brasil, para a contratação com o Poder Público", disse o delegado Márcio Anselmo da Silva.
Nesta fase da operação estão sendo investigados os crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência envolvendo os três grupos dos ex-deputados. O nome da operação faz referência às investigações dos ex-parlamentares, cujo envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef foi descoberto nas primeiras etapas da operação, no ano passado.
Além dos ex-parlamentares, também foram presos ontem Leon Vargas, irmão de André, Eliá Santos da Hora, secretária de Argôlo, Ivan Mernon da Silva Torres, apontado como laranja de Corrêa e que foi seu assessor parlamentar entre 2003 e 2006, e Ricardo Hoffmann, dirigente da empresa Borghi Lowe. Os irmãos Vargas chegaram à sede da PF em Curitiba por volta das 16h30 e devem fazer o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) da Capital hoje pela manhã, com os demais detidos.
Ao todo foram cumpridos 32 mandados judiciais: sete de prisão - três preventivos e quatro temporários -, nove de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão. As diligências ocorreram no Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
Segundo dados da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), a agência de publicidade BorghiLowe Propaganda e Marketing Ltda., que administra contas de entidades públicas, como a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde, solicitava a empresas subcontratadas - E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes - a realização de serviços de publicidade legais, entretanto as orientava a realizar pagamentos de comissões devidas (no valor de 10% dos contratos) para contas das empresas Limiar, com sede em Curitiba, e LSI, com sede em São Paulo, que eram controladas por André Vargas e seu irmão Leon.
Conforme o despacho proferido pelo juiz federal Sérgio Moro, há suspeita de que a empresa BorghiLowe tenha pagado os 10% de propina aos irmãos Vargas para obter vantagens em contratos da Caixa e de outros órgãos públicos.
"Os fatos caracterizam, em princípio, crimes de corrupção, com comissões devidas à BoghiLowe, agência de publicidade contratada por entidades públicas, sendo direcionadas como propinas e sem causa lícita a André Vargas e aos irmãos deste por intermédio do estratagema fraudulento", ressaltou o magistrado.
Segundo as investigações, tanto a Limiar quanto a LSI eram empresas de fachada. "André Vargas compôs o quadro social da empresa Limiar com seu irmão Leon Vargas entre 2009 e 2012. A empresa teve um único empregado registrado entre 2011 e 2012. Já o quadro social da LSI Solução em Serviços Empresariais Ltda. seria composto por Leon Vargas e Milton Vargas, irmãos do ex-deputado. Esta empresa não teve empregados registrados", completou Moro.
"Essas investigações ainda vão prosseguir por muito tempo porque, pelos dados já levantados, nós temos um indicativo de fraudes, como nós suspeitávamos, fora da Petrobras também", afirmou o delegado da PF Igor Romário de Paula. "A praxe do mercado é a devolução dos 10% de bônus para a empresa que fez as subcontratações. Neste caso, o pagamento pela influência de Vargas na escolha da Borghi era que os 10% fossem pagos para as empresas de fachada dos irmãos Vargas. O bônus não voltava para Borghi, ia para as empresas do André e do Leo", completou o delegado. "Essa investigação vai nos levar a mares nunca dantes navegados. Temos áreas ainda intocadas na investigação", completou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima.
Nas contas das empresas Limiar e LSI, de acordo com o MPF, também foram identificados depósitos de outras empresas que têm contratos com o Poder Público, como a JBS SA e a Concessionária Ecovias dos Imigrantes SA.
"Isso não vai ficar circunscrito à Petrobras. É um modelo de negócios que se reproduz pelo Brasil, para a contratação com o Poder Público", disse o delegado Márcio Anselmo da Silva.
Rubens Chueire Jr.
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA

