[Fechar]

Últimas notícias

Empresa investigada pelo MP prestou serviço em campanhas de Beto Richa

KLM está envolvida em dois casos investigados pelo Ministério Público.
Gastos sobre a contratação foram apresentados e aprovados, diz PSDB.

Do G1 PR, com informações da RPC Londrina
Uma empresa investigada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) recebeu mais de R$ 1 milhão em campanhas do governador Beto Richa (PSDB), em 2010 e 2014.
Conforme o MP-PR, a KLM tem suposta participação em um caso de corrupção na Receita Estadual, em Londrina, no norte do estado, e em um esquema que fraudou uma licitação do Departamento de Transportes (Deto) do Governo do Estado.
De acordo com documentos apresentados pelo comitê financeiro de campanha do então candidato a governador do Paraná pelo PSDB, a empresa KLM recebeu, em setembro de 2012, R$ 562 mil pela locação e cessão de bens móveis.
A parceria se repetiu na campanha para reeleição do governador, em 2014, quando a KLM recebeu R$ 646 mil por publicidade em carros de som.
Conforme a promotoria, a KLM produz equipamentos de som e está registrada em nome de Kouthar Abi Antoun, filho de Luiz Abi Antoun, parente de Beto Richa.
De acordo com o MP-PR, a KLM bancou a abertura da Oficina Providence Auto Center, de Cambé, no norte do estado. Conforme investigações da promotoria, a oficina foi usada em um esquema de fraude em uma licitação do Departamento de Transportes (Deto) do Governo do Estado. O contrato fraudado era de R$ 1,5 milhão, e foi suspenso pela Justiça por causa das investigações.
Um empresário aparece em documentos como o dono da Providece. Porém, para o Ministério Público, ele servia apenas de “laranja” no esquema, e que a empresa era de Luiz Abi Antoun. Conforme a promotoria, o parente do governador injetou, entre março de 2013 e fevereiro de 2015, R$ 423 mil na Providence.

Um contrato mostra que a KLM investiu R$ 2 milhões para formar a nova empresa, que está sendo investigada por transações suspeitas. Segundo os promotores, a Alumpar comprou notas frias da Tarfil, uma empresa que teria sido aberta de fachada a pedido de um grupo de auditores fiscais da Receita Estadual de Londrina.
A KLM é também uma das sócias da Alumpar, empresa de Londrina especializada na reciclagem de alumínios. A Alumpar também aparece nos registros do Tribunal Superior Eleitoral. Em 2014, ela doou R$ 100 mil para a campanha de reeleição de Beto Richa.
Ainda conforme a promotoria, a Tarfil foi usada para acobertar um esquema de sonegação de impostos e de extorsão a empresários orquestrado pelos auditores fiscais. Em depoimento, o contador que abriu a Tarfil informou que a Alumpar pagou propina para esse grupo de funcionários da Receita Estadual.
O Governo do Estado disse que as informações relacionadas a candidatura do governador são de responsabilidade do PSDB. Em nota, o partido informou que a KLM prestou serviços de locação de equipamentos de som para as campanhas de Beto Richa. Ainda segundo o PSDB, todos os gastos referentes a contratação dos serviços foram apresentados e aprovados pelo Tribunal Regional Eleitoral.
O advogado de Luiz Abi Antoun, Antônio Carlos Coelho Medes, disse que não irá comentar o caso.
Operação Voldemort
O MP-PR denunciou à Justiça sete pessoas pelos crimes formação de organização criminosa, falsidade ideológica e fraude à licitação, entre elas Luiz Abi Antoun, considerado o chefe do esquema. A denúncia foi aceita pela Justiça.
A denúncia faz parte da Operação Voldemort, que investiga há cinco meses um suposto esquema de fraude em licitações para prestação de serviços de manutenção aos veículos oficiais do Estado do Paraná na região de Londrina.
Ainda conforme a promotoria, o empresário Luiz Abi Antoun coordenou o grupo entre o início de 2013 e março de 2015. Na denúncia, o Gaeco relata que a Oficina Providence Auto Center, de Cambé, no norte do Paraná, contratada emergencialmente, foi constituída em nome de um “laranja” de Abi Antoun.
O MP-PR aponta que, ao fim do contrato emergencial, outra empresa venceu a licitação do Governo do Estado para prestar os serviços de manutenção nos automóveis. Para a promotoria, os suspeitos entraram em um acordo com os donos da firma contratada para que a mesma subcontratasse a Providence.
Isso foi feito, de acordo com o MP-PR, para permitir “a continuidade da atividade para a qual a oficina foi contratada emergencial e ilegalmente e, de consequência, a permanência do sistema de enriquecimento ilícito concebido pelo grupo”.
Operação Publicano
O Ministério Público do Paraná  encaminhou à Justiça na segunda-feira (13) denúncia sobre o suposto esquema de corrupção na Receita Estadual de Londrina. Ao todo, 62 pessoas foram denunciadas, conforme o MP-PR.
Segundo o promotor Claudio Esteves, 70 fatos criminosos foram descritos na denúncia, dentre eles cerca de 25 crimes de corrupção passiva praticados por este grupo, além de uma série de outros delitos, dentre eles o de formação de organização criminosa, falso testemunho, falsidade ideológica e violação de sigilo funcional.
As investigações do MP-PR sobre o caso começaram há dez meses. A operação, chamada Publicano, visa um suposto esquema de recebimento de vantagens indevidas dentro da Receita Estadual.
De acordo com a promotoria, um grupo dentro da Receita Estadual protegia a sonegação fiscal de empresários em troca de propina. A investigação ainda não identificou o possível valor desviado.
Durante as fases da operação foram cumpridos mais de 20 mandados de prisão. Entre as pessoas que foram presas, estão oito funcionários da Receita Estadual, sendo dez auditores, um policial civil, um contador e empresários. Outros dois auditores fiscais são considerados foragidos.
UA-102978914-2