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Escolas ainda estão sem ar-condicionado

Equipamentos, que custaram R$ 3 milhões, estão encaixotados desde 2013 aguardando adequações na rede elétrica

Ricardo Chicarelli
Aparelhos de ar-condicionado estão guardados em escolas de Londrina e região
Londrina – Após mais de dois anos do anúncio do governo do Estado da instalação de ar-condicionado nas escolas da rede estadual, na maioria dos estabelecimentos os aparelhos seguem encaixotados. Pior para os alunos, que sofrem com as altas temperaturas.

Segundo a Secretaria de Estado da Educação, dos 108 colégios que receberam os equipamentos, apenas 31 já fizeram a instalação, um percentual de 28%. Os demais esperam adequações na rede elétrica ou a colocação dos aparelhos. Os processos aguardam liberação de recursos por parte do Estado. O governo adquiriu, em janeiro de 2013, 1.766 equipamentos, ao custo de R$ 3 milhões.

Somente na área de abrangência do Núcleo Regional de Educação de Londrina, são 617 equipamentos aguardando instalação, em 32 escolas.

No fim do ano passado foi realizada a licitação para contratação da empresa que faria adequações na rede elétrica dos colégios. Com estruturas antigas, o sistema não suportaria a instalação dos aparelhos. Apesar da vencedora ter sido homologada e do serviço ter sido empenhado, com os cortes financeiros promovidos pelo Estado este ano, o trabalho ainda não foi autorizado.

Em um colégio da zona norte de Londrina, 44 equipamentos estão guardados dentro de caixas em uma sala há dois anos. "Quando eles forem instalados já nem estarão mais dentro da garantia. Imagina se der algum problema? A grande verdade é que a escola hoje precisa de atrativos para os alunos e o ar seria um deles. Melhoraria a qualidade do estudo", aponta a diretora da escola, que preferiu não se identificar. O colégio tem mais de 1,5 mil alunos e 22 salas. Em média, dependendo do fabricante, o período de garantia de um ar-condicionado varia entre um e três anos.

Enquanto isso, os alunos têm a disposição apenas dois ventiladores em cada sala, que muitas vezes não funcionam adequadamente e pouco amenizam a temperatura nos dias mais quentes do ano.

"O pior é quando a gente volta das aulas de educação física todo suado. E tem que ficar assim até o fim da aula", reclama o estudante João, de 14 anos, da 8ª série. "Os ventiladores não dão conta e nem com a porta e as janelas abertas a situação melhora", lamenta Bruno, de 12. Já para a aluna Fernanda, de 13, o jeito é ir para as áreas abertas da escola. "Tem hora que você tem que sair no meio da aula porque o calor é insuportável", frisa.

Com recursos próprios, a escola instalou dois aparelhos de ar-condicionado em uma sala multiuso, que possuiu recursos audiovisuais, como um telão. "Isso fez muita diferença e as aulas são bem mais produtivas", acrescenta.

A pedagoga Marisa do Nascimento entende que os equipamentos trariam mais conforto aos alunos e maior produtividade nas aulas. "Já tivemos casos de aluno passando mal em virtude do calor, já que as salas são pequenas para tantos estudantes. Certamente haveria ganho no aprendizado."
Lucio Flávio Cruz
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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