[Fechar]

Últimas notícias

Expo surpreende ante crise e espera repetir 2014

Expectativas pessimistas devido à situação econômica do País são superadas e vendas de veículos e animais se destacam

Rei Santos
Moacir Sgarioni, presidente da SRP, destaca que o clima ajudou e a expectativa é que o número de visitantes deste ano seja igual ao de 2014
Sem balanço oficial fechado, a 55ª edição da ExpoLondrina terminou ontem com expectativa de ao menos empatar os números de negócios de 2014, diante da boa presença do público e de resultados de financiamentos e de vendas de veículos e de gado. No entanto, o encarecimento do crédito devido aos juros mais altos para as operações de compras de maquinário pode enfraquecer o desempenho final.

O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Moacir Sgarioni, diz que, para a entidade organizadora da feira, os resultados superaram as previsões iniciais, que foram contaminadas negativamente pela crise econômica pela qual passa o País. "Não sei se foi porque falamos tantas vezes que o cenário econômico estava tão ruim, mas parece que a Expo veio para provar que tínhamos algo positivo a oferecer."

Sgarioni destaca que o clima, mais quente, fez com que a quantidade de público dos primeiros sete dias de feira igualasse o de 2014, o que gera a possibilidade de fechar com número final próximo aos 539 mil visitantes da edição anterior. Ainda, lembra que, mesmo com oferta menor no setor pecuário, as vendas aumentaram e apresentaram maior liquidez. "Logo no primeiro leilão, vendemos 60% a mais e tivemos 15% a mais de liquidez do que no que fizemos em 2014, o que mostra que o mercado está aquecido e comprador."

No caso de financiamentos, a Caixa Econômica Federal, que participa pelo segundo ano da ExpoLondrina, deve facilmente bater a expectativa inicial de R$ 30 milhões em contratação de crédito. O gerente de plataforma empresarial da Superintendência do banco, Luiz Gastão Pinto Júnior afirma que apenas um contrato de financiamento agrícola, fechado na última sexta-feira, ficou em R$ 10 milhões. "A visão que temos é que a Caixa sai do evento consolidada como um banco de serviços para o agronegócio, mostrando que é completo e garantindo o nosso retorno em 2016", diz.

No setor de veículos, apesar da crise, a Metronorte deve fechar com alta de 10% a 12% em vendas. "Foi melhor neste ano do que nos últimos dois, devido às condições de preços e juros mais baixos que oferecemos, mas também porque o agronegócio está indo bem", diz o diretor comercial da concessionária da GM, Waldir Rezende Filho.

Em queda
Na Dimasa, que é revendedora da Massey Ferguson, na DHL Valtra e na New Holland, a feira foi a oportunidade de apresentar novidades, mas os negócios ficaram aquém do esperado. Segundo Sgarioni, parte do receio em prever os resultados da ExpoLondrina se devem ao setor. "As máquinas têm valores altos, mas falta dinheiro nos bancos e os juros estão altos, o que pode impactar nos números finais. Mas o importante é prospectar negócios para o futuro", diz.

Barracas em baixa
Nas barracas de alimentos, os comerciantes também sentiram a falta de renda dos consumidores. "O resultado deste ano foi uns 20% mais fraco do que no ano passado porque o povo está sem dinheiro. Foi assim também nas outras feiras em que participei nos últimos meses", diz o proprietário da MC Doni’s, Edvaldo Vidal, que montou sua lanchonete pelo 12º ano no evento. "Foi nosso primeiro ano em Londrina, esperávamos mais, mas conseguimos boas vendas. Estávamos com medo das pessoas segurarem o dinheiro, mas o calor ajudou", completa o gerente da Los Paleteros, Rodrigo Carriel.

Entre o público, entretanto, a percepção variava. "Estava tudo muito caro, mas tive de gastar a mesma coisa que em 2014, porque faço estágio aqui", diz a estudante Kauana Souza. "Achei que a maioria manteve o preço do ano passado e fui andando e aproveitando o que queria, sem problemas", afirma o servidor público Alan Diego.

Para a psicopedagoga Vera Zacarias, a visita à ExpoLondrina criou uma oportunidade de negócio. "Vim passear e um vendedor nos abordou, com preços e condições boas para veículos, e resolvi aproveitar. Foram vários brindes, como IPVA e emplacamento grátis", afirma a nova dona de um carro 0 km.
Fábio Galiotto
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
UA-102978914-2