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Imobiliarista e empresário são presos pelo Gaeco

Ambos são suspeitos de cometer crimes relacionados à exploração sexual de menores em Londrina

Gina Mardones
O imobiliarista Walid Kauss: "Desafio qualquer pessoa a descobrir um único ato de desaprovação que me desabone moralmente"
Londrina – O imobiliarista Walid Kauss e o empresário Antônio Crippa Netto foram presos na manhã de ontem pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) por suspeita de terem cometido crimes relacionados à exploração sexual. Kauss é advogado e proprietário de uma imobiliária em Londrina. Crippa Neto, mais conhecido como "Salim", é empresário em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) e foi candidato a vereador em 2004 em Londrina pelo extinto Partido da Frente Liberal (PFL), atual DEM.

Walid Kauss chegou ao Gaeco por volta das 10h da manhã, mas não prestou depoimento. "Eu desafio qualquer pessoa a descobrir um único ato de desaprovação que me desabone moralmente na cidade de Londrina. Eu gostaria de saber qual é a intenção dessa prisão porque criar um escândalo desse, uma pessoa que, reconhecidamente, é ilibada como eu... [...] Eu sou um homem solteiro. No momento em que isso terminar, eu vou tomar as providências legais", disse ele à imprensa no início da tarde.



Os nomes dos dois suspeitos foram revelados em depoimentos coletados pelo Gaeco na investigação que apura a existência de uma rede de exploração sexual em Londrina. Desde janeiro, 12 pessoas foram presas, pelo menos três delas foram liberadas após colaborarem com as investigações. Entre os detidos estão empresários, policiais civis e auditores da Receita Estadual.

Walid Kauss disse desconhecer os outros investigados. Além das prisões, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências do imobiliarista e do empresário. Computadores e DVDs foram apreendidos e levados à sede do Ministério Público.

DEFESA
Segundo o advogado Ronaldo Neves, que representa Walid Kauss, o imobiliarista deve esclarecer os fatos ao Gaeco nos próximos dias. O advogado admitiu que o cliente teve relações sexuais com garotas de programa. No entanto, segundo ele, nenhuma delas seria menor de 18 anos. "O que passa com o meu cliente é que constam duas declarações de prostitutas que há dois ou três anos, elas não sabem precisar, tiveram relações sexuais com ele, na residência dele. Ele não as conhece e não se lembra delas, embora ele admita que eventualmente, até pela sua condição de solteiro, efetivamente tenha relações com prostitutas, todas maiores de idade. Não se justifica em hipótese alguma que ele seja preso por conta disso. É um homem solteiro que mora em Londrina há mais de 30 anos, pessoa de bons antecedentes, é primário, conhecido na cidade, então não se justifica essa prisão", argumentou. Conforme Neves, o imobiliarista teria pago de R$ 300 a R$ 500 em cada um dos encontros.

Para o advogado, o cliente pode ter sido enganado pelas adolescentes. "A opção dele jamais foi por uma menor de 18 anos. São mulheres que se apresentam bem maquiadas e que aparentam ser mulheres maiores de idade. Não é uma repartição pública em que você exige a exibição de um documento. Basta a palavra. É um princípio de confiança que se estabelece. Não existe nenhuma inocente nessa história. Eles [policiais do Gaeco] estão destruindo famílias. Qual é a razão disso? Vai acabar a prostituição? Não vai acabar. É a profissão mais antiga do mundo", concluiu Neves. O imobiliarista e o empresário deixaram a sede do Gaeco no início da tarde. O advogado de Antônio Crippa Netto não foi encontrado para dar entrevista. (Colaborou Gina Mardones)
Viviani Costa
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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