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Londrinense perde R$ 20 mil para "namorado" virtual


Telma Elorza
  • Telma Elorza
  • telmae@jornaldelondrina.com.br
  • 03/04/2015 02:29
Mulheres na faixa dos 40-60 anos, inteligentes, bem sucedidas, solteiras ou divorciadas. Esse é o perfil médio das vítimas de um golpe que está se alastrando pelo mundo: o namorado estrangeiro. Pelo menos duas mulheres de Londrina e região foram vítimas recentes do golpe. Uma delas perdeu cerca de R$20 mil. A outra não chegou a entregar o dinheiro porque desconfiou e procurou se informar antes.
  •  (Crédito: Divulgação/Marcos Santos/USP Imagens)
    (Crédito: Divulgação/Marcos Santos/USP Imagens)
As duas vítimas conheceram os golpistas em sites de relacionamento e namoros. Um se dizia passar por um militar americano e o outro, um artista irlandês. Ambos mantiveram relacionamentos românticos por meses com as mulheres. Além de conversas pela internet, faziam chamadas para os celulares. Um deles chegou a conversar por Skype. “Quem vai desconfiar de um cara que liga de manhã para dizer bom dia e à noite, para dizer boa noite? Que chama no Skype para conversar?”, questiona uma delas. Em comum, os golpistas faziam declarações de amor e prometiam vir ao Brasil para conhecer as “namoradas”.
Essa é a hora em que os criminosos dão o bote. Alegando diversos problemas – seja impostos pendentes, perda de documentos ou até mesmo de emprego -, os golpistas pedem dinheiro “emprestado” às namoradas, com a promessa de ressarci-las assim que chegarem ao País. Mesmo questionados sobre outras possibilidades para levantar o dinheiro necessário, os golpistas têm sempre desculpas plausíveis. “O cara era convincente. Ele queria que eu pagasse os impostos da bagagem que estava enviando antes da sua vinda, insinuando que ali estava o anel com o qual faria o pedido de casamento”, conta a outra.
Na internet, vários sites reúnem perfis de “scammers”, como são chamados os golpistas virtuais. Mas, segundo o advogado londrinense Fernando Peres, especializado em crimes virtuais, dificilmente esses criminosos são presos ou identificados. “A maioria está no exterior, principalmente na Nigéria. Há até o golpe do Príncipe Nigeriano”, conta. Segundo Peres, o crime é mais comum do que se imagina. Ele mesmo foi consultado sobre vários casos ocorridos na região. “Em um deles, a pessoa estava tão iludida que fazia depósitos mensais para o golpista e a família teve que intervir”, conta.
De acordo com o advogado, dificilmente a vítima vai recuperar o dinheiro. “É inviável. Porque vai para o exterior. Se fosse no Brasil ainda poderia se conseguir alguma coisa mas depois que sai do País, é praticamente impossível”, conta. Prestar queixas às polícias também não adianta muito por conta dos bandidos estarem no exterior e a vítima ter que provar ter sido enganada.
O advogado diz que o único modo de evitar ser enganada é desconfiar de tudo, desde o começo. “Nunca se pode acreditar piamente numa identidade virtual em que não se pode conferir a veracidade das informações”, diz. Ter limites ao passar informações pessoais também é recomendável, diz ele. “Mesmo que seja um ‘relacionamento duradouro’, de meses ou até mesmo anos”, diz. Além disso, Peres recomenda nunca pagar nada, não importando o valor. “Pedir dinheiro é uma recorrente em todos os golpes virtuais”, afirma.
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