[Fechar]

PageNavi Results No. (ex: 7)

7

Últimas notícias

Professores marcham para relembrar confronto que deixou 213 feridos

Manifestantes seguem em passeata para o Centro Cívico, em Curitiba. 
Marcha também ocorre em apoio ao dia nacional de manifestações.

Adriana Justi e Murilo BassoDo G1 PR
Professores fazem protesto para relembrar o dia do confronto entre professores e PM em abril deste ani  (Foto: Joka Madruga / Divulgação )Professores fazem protesto para relembrar o dia do confronto entre professores e PM em abril deste ani (Foto: Joka Madruga / Divulgação )
Os professores e funcionários da rede pública estadual de ensino do Paraná participam de uma manifestação no Centro Cívico, em Curitiba, desde às 9h desta sexta-feira (29). O protesto marca um mês do confronto entre policiais militares e manifestantes que deixou 213 pessoas feridas, no dia 29 de abril.
Os profissionais da educação são contra à aprovação de uma mudança na Previdência dos servidores paranaenses e ao último reajuste salarial oferecido pelo governo estadual. A categoria está em greve desde 25 de abril e quase um milhão de alunos estão sem aula no estado.

A PM informou que cerca de três mil pessoas participam do ato. Já o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato) fala entre 8 e 10 mil pessoas. 
A marcha também ocorre em apoio ao Dia Nacional de Manifestações e Paralisações convocado e terá a participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais. Os manifestantes se concentraram por volta das 9h na Praça 19 de Dezembro e seguiram em direção à Praça Nossa Senhora de Salete, no bairro Centro Cívico.
Protesto professores  (Foto: Joka Madruga / Divulgação)Professores não aceitam proposta do governo, e  a
greve continua no Paraná
(Foto: Joka Madruga / Divulgação)
Na última quinta-feira (28), o APP-Sindicato informou que a categoria não irá convocar nova assembleia e que intensificará suas ações junto à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
“Queremos garantir a aplicação dos 8,17%”, diz Hermes Leão, presidente do sindicato, adiantando que a categoria irá acompanhar a discussão do projeto enviado pelo governo à Alep.
Já o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), classificou como “irrecusável” a proposta de reajuste de 3,45% neste ano, divididos em três parcelas nos meses de setembro (1,15%), outubro (1,15%) e novembro (1,15%), feita aos servidores estaduais. Em vídeo publicado no Facebook, Richa afirmou estar surpreendido com recusa da proposta pelo sindicato dos professores e servidores, que estão em greve há mais de um mês.
No vídeo, o governador criticou a decisão dos servidores. “Quero dizer a vocês que estou convencido de que esta atitude ultrapassou a defesa dos interesses salariais dos professores e passou para o terreno da disputa política. A APP-Sindicato, todos sabem, segue a cartilha do PT. E ao PT não interessa o diálogo, o entendimento. Interessa continuar a greve”, disse.
O confronto
Policiais que faziam um cerco ao prédio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) disparam em confronto com manifestantes em Curitiba, durante protesto contra votação de projeto que promove mudanças na Previdência estadual (Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)Confronto entre professores e policiais militares marcou a história da educação no Paraná (Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
Segundo a Prefeitura de Curitiba, 213 pessoas ficaram feridas, em mais de duas horas de conflito, com uso de bombas e tiros de balas de borracha. A Secretaria de Segurança Pública afirma que 20 policiais também ficaram machucados no tumulto. Sete pessoas foram presas, segundo balanço divulgado pela Polícia Civil.

A polícia recebeu ordem para avançar sobre os manifestantes, que, em meio ao começo de conflito, tentaram ultrapassar a barreira humana feita pelos PMs para poder acompanhar a sessão.
Desde o início da sessão no Plenário que votava as mudanças no custeio do Regime Próprio da Previdência Social dos servidores estaduais – a ParanaPrevidência - o clima foi tenso do lado de fora do prédio da Assembleia.
Dias depois, o projeto foi aprovado e sancionado pelo governador Beto Richa. Entenda o que muda com a aprovação.
Reajuste parcelado
A proposta apresentada por Richa oferece aumento de 3,45% neste ano, divididos em três parcelas nos meses de setembro (1,15%), outubro (1,15%) e novembro (1,15%). O valor é referente à inflação medida entre maio e dezembro de 2014. Já a inflação de 2015, estimada pelo governo em 8,5%, seria paga em janeiro de 2016. A data-base seria alterada para janeiro a partir de então.
“Como você pode ver, é uma proposta séria, no limite de nossas possibilidades. Irrecusável, nas circunstâncias da crise econômica que vive o Brasil hoje”, afirmou o governador. No vídeo, Richa explica que a proposta foi apresentada após uma série de cálculos e remanejamento de orçamento.
O governador sustenta ainda que, nos últimos quatro anos, os professores do Paraná tiveram o maior reajuste da categoria em todo Brasil, somando 60%. Portanto, pediu responsabilidade para evitar que crianças e jovens tenham prejuízos na formação.
“Agora é hora de voltar à sala de aula. Pelos nossos alunos, eu faço um apelo aos professores e servidores: vamos deixar de lado a intransigência, e vamos voltar ao trabalho. É o que eu peço com sincera esperança de que essa este impasse termine o mais rápido possível”, concluiu.
Greve continua
Assim que a proposta foi oficializada, na quarta-feira (27), a APP-Sindicato já sinalizava pela manutenção da greve. “Recebemos com indignação. O governo não fez o debate e trabalhou de forma inadequada durante toda a situação. Essa proposta, mais uma vez, descumpre a lei, penalizando servidores e a população, para ‘solucionar’ uma crise que a própria administração Beto Richa criou”, afirmou o presidente do sindicato, Hermes Leão.
Sobre a data-base, Hermes diz que ao antecipá-la, há uma tentativa de maquiar as perdas salariais dos servidores. “Realizamos estudos preliminares e esta antecipação faria com que o governo economizasse quase R$ 600 milhões – e cada servidor perdesse meio salário”, analisa.
“É preciso considerar ainda que janeiro é uma época historicamente complicada: o terço de férias, pago nesta época, atrasou diversas vezes e a Lei do Piso, que também precisa ser aplicada em janeiro, no Paraná não é respeitada. Avaliamos como uma data péssima e mais uma medida autoritária desta administração”, conclui.
Professores se únem a outras centrais sindicais e fazem protesto no Centro Cívico  (Foto: Andressa Almeida / RPC)Professores se únem a outras centrais sindicais e fazem protesto no Centro Cívico (Foto: Andressa Almeida / 
UA-102978914-2