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OPERAÇÃO PUBLICANO - No meio da corrupção, um estelionatário

Um dos investigados na segunda fase da operação Publicano é Júlio Sérgio de Morais Camargo, genro do ex-vereador Antenor Ribeiro, atual coordenador da Ciretran de Londrina, órgão subordinado ao Detran. Considerado foragido desde quarta-feira passada, quando teve a prisão decretada, Camargo não é apontado como integrante da quadrilha de auditores fiscais que extorquia empresários para evitar a fiscalização tributária. Mas agiria como um fiscal corrupto: visitava empresas e se fingia ser um fiscal corrupto. Seria, de fato, um estelionatário, conforme entendimento do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Com suas visitas, teria recebido propina de R$ 370 mil, pelo menos. 

O nome de Camargo surgiu de depoimentos do auditor Luiz Antonio de Souza, que firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público (MP). Antes disso, porém, empresários que colaboraram com as investigações na primeira fase da operação, já haviam declinado o nome de Júlio Camargo e admitido ter pago propina a ele. 

Souza disse que foi apresentado por outro auditor a Camargo, que se apresentou como advogado, o que, de fato, não é. Depois dessa apresentação, o suposto estelionatário teria passado a pedir favores e informações sobre empresas. Apenas posteriormente Souza soube que Camargo seria um estelionatário, que visitava empresas e se apresentava como representante e intermediário dos auditores fiscais, solicitando propina em troca de proteção. 

O auditor delator afirmou que apenas de uma transportadora de Apucarana Camargo teria recebido R$ 300 mil. Posteriormente, auditores visitaram a empresa, que acabou também multada. Outro fato se deu com uma empresa de tubos, cujos proprietários teriam pago R$ 70 mil ao estelionatário. Também teria tentado achacar uma empresa de móveis de Arapongas, em R$ 500 mil, e um grupo de empresas de Santo Antônio da Platina, em R$ 400 mil. Ambos se recusaram a pagar as propinas. 

Além de Camargo, oito auditores são considerados foragidos: Antonio Aparecido Hércules; Djalma Correa; Edilson Edimar Ferreira; Gilberto Della Coletta; Hélio Hisashi Obara; Mário Aparecido Sanzovo; Paulo Sérgio Chagas Terra; e Wagner Raimundo Chrispim. Outros 48 fiscais estão presos desde quarta-feira passada, além de sete contadores, um advogado e o empresário Luiz Abi Antoun. (L.C.)

FONTE - FOLHA DE LONDRINA
UA-102978914-2