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Dos 400m aos 10km: Carol Bilich se desdobra e encara ousado desafio

Jovem nadadora de 19 anos compete duas provas na piscina em Toronto e entra na “briga” nas águas abertas: “Aprendi a me defender das porradas”

Por Rio de Janeiro-globo.com
Na piscina ou no mar. Entre raias ou marolas. Velocidade ou resistência. Tiros de 200m, 400m, 800m ou maratonas de 10km. Carol Bilich não tem preferência. Fôlego e disposição não faltam à nadadora capixaba de 19 anos. Também não lhe falta coragem. Seja para encarar as “porradas na cabeça” na prova das águas abertas; seja na hora de superar seus próprios limites “contando ladrilhos”. Em Toronto, nos Jogos Pan-Americanos, mais uma vez a atleta do Minas vai se dividir entre as duas modalidades aquáticas sonhando com sua estreia no pódio da competição.
Carol Bilich, maratona aquática e natação (Foto: Orlando Bento / Minas TC)Carol é um dos destaques da nova geração da natação e da maratona feminina do Brasil (Foto: Orlando Bento / Minas TC)

Estou conseguindo equilibrar bastante. Não tenho preferência por uma ou por outra no Pan
Carol Bilich
 A piscina é a paixão mais antiga. Nela deu suas primeiras tentativas de braçadas, com apenas 3 anos. A relação com o mar é mais recente, ficou intensa nos últimos anos. No Sul-Americano juvenil, em 2013, Carol surpreendeu ao conquistar títulos na natação e nas águas abertas e, de quebra, ser eleita a melhor atleta em cada uma das modalidades. Desde então, vem se dividindo entre os dois esportes e, em 2015, já de olho nos Jogos Pan-Americanos, participou de etapas da Copa do Mundo de águas abertas.    
- Maratona é bem diferente de piscina. Na piscina, você tem uma raia s[o para você. É só cair ali e nadar. A maratona é um esporte de muito contato. Como me classifiquei para o Pan, resolvi fazer algumas etapas da Copa do Mundo. Peguei algumas manhas, que eu não tinha sobre correnteza, vento, tática quando a água é salgada ou quando é doce... Você só consegue aprender essas coisas nadando mesmo – explicou a nadadora, que fará sua estreia nos Jogos Pan-Americanos justamente na maratona aquática, na prova de 10km, neste sábado. 
Uma das coisas que precisou aprender “na marra” é a se defender. Acostumada com a garantia de um espaço livre nas piscinas, a estudante do curso de nutrição levou várias pancadas na água até começar a entender a dinâmica mais agressiva da maratona aquática.
Carol Bilich, maratona aquática e natação (Foto: Orlando Bento / Minas TC)Carol Bilich divide o seu tempo entre a naração e a maratona (Foto: Orlando Bento / Minas TC)
- Nunca levei tanta porrada na minha vida como nessas etapas (da Copa do Mundo de águas abertas). Aprendi a lidar com isso. É uma coisa que não tem muito jeito. Às vezes é sem querer. Mas às vezes é por querer mesmo (risos). Mas aprendi a me defender das porradas.
Em Toronto, além de testar sua resistência às pancadas e lutar pelo inédito ouro brasileiro na modalidade, Carol também vai conferir a sua capacidade de recuperação. Apenas seis dias depois de disputar a cansativa prova de 10km da maratona, terá pela frente seu primeiro desafio na piscina: os 400m livre. No dia seguinte, dia 18, estará na água de novo para disputar os 800m livre. Quando a intensa programação chegar ao fim em Toronto, será a vez do Mundial de Kazan. A capixaba compete a prova de 5km na Rússia no dia 25 do mesmo mês, apenas seis dias depois de sua despedida no Canadá. 
- As três provas são bem intensas, mas a maratona é mais cansativa por causa da quilometragem mesmo. É a que pesa mais, e é logo a primeira. Então, tenho que me alimentar bem depois, fazer massagem, me hidratar bem... Vai ser bem apertado. Depois disso, ainda tem o Mundial (de Kazan).  
Carol Bilich, maratona aquática e natação  (Foto: Arquivo pessoal)Carol Bilich disputa a prova de 10km no Pan e a de 5km no Mundial de Kazan (Foto: Arquivo pessoal)
O constante revezamento entres as provas nas águas abertas e nas piscinas é cansativo, mas também produtivo. Carol vê vantagens em dividir as atenções, acredita que a maratona a influência psicologicamente na hora de encarar as provas mais curtas e, hoje, não consegue eleger uma das modalidades como favorita. 
- A maratona tem me ajudando muito na piscina. Como eu nado 10km, quando chego na piscina, penso que vai ser só um “tirinho”. Acaba ajudando muito psicologicamente. Estou conseguindo equilibrar bastante. Não tenho preferência por uma ou por outra no Pan. Não gosto de pensar muito em medalhas. Se eu fizer tudo que estou planejando, a medalha vai ser consequência Acho que estou bem motivada para as três provas. 
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