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MP pede providências sobre políticos citados na Publicano

Informações sobre eventual envolvimento do governador Beto Richa, do deputado Tiago Amaral e do conselheiro Durval Amaral foram encaminhadas à PGJ

Saulo Ohara/10-6-2015
"Caberá ao procurador-geral de Justiça determinar os encaminhamentos que julgar cabíveis", afirmou o coordenador do Gaeco, Jorge Fernando Barreto da Costa
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime (Gaeco) de Londrina, que atua em parceria com o Ministério Público (MP), encaminhou na última sexta-feira à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) informações acerca de eventual envolvimento de autoridades com foro privilegiado nas denúncias de corrupção na Receita Estadual de Londrina. Os políticos citados durante as investigações foram o governador Beto Richa (PSDB) e o deputado estadual Tiago Amaral (PSB). A reportagem apurou que também constam declarações envolvendo um conselheiro do Tribunal de Contas (TC) do Paraná.

Segundo o coordenador do Gaeco, promotor Jorge Fernando Barreto da Costa, o comunicado inclui cópia de depoimentos nos quais os "detentores de foro por prerrogativa de função são citados". "Caberá, então, ao procurador-geral de Justiça determinar os encaminhamentos que julgar cabíveis", disse.

No caso de Beto, ele foi citado pelo auditor Luiz Antonio de Souza, delator do esquema que está preso desde janeiro, após ser flagrado com uma adolescente em um motel. Em seus depoimentos, declarou que a campanha de reeleição de Beto, no ano passado, teria sido beneficiada com mais de R$ 4 milhões provenientes de propina paga por empresários achacados por auditores da Receita do Paraná.

Em Londrina, o dinheiro teria sido arrecadado por ordem do auditor Márcio de Albuquerque Lima, a mando de Luiz Abi Antoun, parente distante do governador. Abi, embora não exercesse função pública, era o gestor político do esquema na Receita, segundo denúncia do MP. Tanto o governador quanto o PSDB negam qualquer irregularidade na arrecadação na campanha de reeleição.

Já Tiago Amaral, em 2012, antes de ser eleito, teria entregue R$ 33 mil de propina para um auditor da Receita a pedido de um empresário do setor de revenda de máquinas agrícolas, de quem era advogado. A denúncia foi feita pelo próprio empresário em depoimento ao Gaeco. Além disso, Tiago teria intermediado a negociação entre os auditores corruptos e o empresário, que queria agilidade na liberação de créditos tributários. A defesa do parlamentar diz que ele jamais participou de tal esquema.

Tiago, por ser deputado, tem foro para responder processos criminais no Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná. Já o governador e conselheiros do TC têm foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Loriane Comeli
Reportagem Local-folha de londrina
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