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BANDEIRANTES - Colmeias de oportunidades

Com apoio da Sala do Empreendedor, apicultores resgataram antiga associação e estão se organizando para receber certificação estadual para venda do mel

Fotos: Lis Sayuri
Adepta à diversificação, a família Araujo faz da apicultura mais uma fonte de renda: "É um trabalho tranquilo, porque na verdade são as abelhas que trabalham por nós", diz o patriarca
Bandeirantes - Com a eminência do fim do ciclo da cana-de-açúcar em Bandeirantes, buscar alternativas para a economia local é fundamental e, há dois anos, o município viabiliza a Sala do Empreendedor, que integra projeto do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) do Paraná, como forma de incentivar a melhoria da competitividade de negócios de microempreendedores individuais, agricultores e artesãos. O trabalho da agente de desenvolvimento Maria da Conceição Alves da Silva Cesco, 47 anos, tem se destacado na região do Norte do Paraná.

No mês de maio, pela segunda vez consecutiva, ela foi uma das vencedoras do Concurso de Artigos sobre Iniciativas de Estímulo à Sustentabilidade nas Micros e Pequenas Empresas, promovido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) em parceria com o Sebrae. Até agora 975 microempreendedores foram formalizados. "É muito interessante ver como esse projeto tem agilizado a realização dos sonhos de muitas pessoas. Por meio de consultorias e capacitações, estamos conseguindo bons resultados e é um trabalho gratificante", afirma Maria da Conceição. "A gente percebe o quanto a falta de informação dificultava a inserção no mercado", acrescenta.



Um dos projetos de destaque é o que está sendo realizado com 20 produtores de mel – por meio da "Câmara Temática do Associativismo" -, o que possibilitou até o resgate da antiga Associação dos Apicultores do Norte do Paraná (Apinorte). O trabalho também conta com parceria com a Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp). O apicultor José Carlos Ferreira da Costa, 47 anos, é presidente da associação – que foi fundada há 30 anos por seu pai, José Ferreira da Rosa, 73 anos – e está otimista com as novas perspectivas do negócio que passou a se interessar ainda na adolescência, quando tinha 15 anos. Desde então, ele nunca desistiu de trabalhar com mel e possui certificação municipal e marca própria que permitem a venda do mel que produz em seu apiário em alguns pontos da cidade.

"Com o passar dos anos, as pessoas foram se desanimando com a produção de mel, mas, felizmente, agora estamos conseguindo resgatar o pessoal de antigamente e atrair novos interessados. O mel pode ser uma boa alternativa para complementar a renda dos agricultores e o apoio da Sala do Empreendedor foi fundamental para dar um direcionamento a essas ideias", afirma Costa, que adianta que uma das conquistas recentes do grupo é o fornecimento do mel para a merenda escolar e que já deram início ao processo de certificação estadual com o apoio da engenheira agrônoma Lucia Elaine de Freitas Cação, do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que atua na área de agroindustrialização. "Para se ter uma ideia da importância desse trabalho em conjunto, iremos economizar cerca de R$ 5 mil para a parte de documentação", exemplifica o apicultor.

No ano passado, a associação conseguiu produzir 3 mil quilos de mel: para 2015 a estimativa é triplicar o volume produzido. O litro de mel corresponde a 1,450 quilo e, em média, o quilo é comercializado a R$ 20. "Trabalhar com mel é muito interessante. As abelhas são muito caprichosas. Elas sabem quando o mel está no ‘ponto’, como se fosse um doce em calda: abanam as asas até ele chegar a 17 graus de umidade. É impressionante", comenta o presidente da Apinorte.
Ana Paula Nascimento
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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