Região de Londrina tem queda de 37% nos homicídios dolosos

Segundo balanço da Sesp, foram registrados 41 casos no primeiro semestre, contra 65 no mesmo período de 2014. Cornélio Procópio, Apucarana, Rolândia, RMC e Litoral, porém, apresentaram aumento

Curitiba – A região de Londrina registrou queda de 36,92% no número de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) no primeiro semestre de 2015, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp). Foram 41 casos, contra 65 contabilizados de janeiro a junho de 2014. Além da cidade-sede (26 situações), os dados englobam Cambé (6), Ibiporã (7), Jataizinho (0) e Tamarana (2), integrantes da 20ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp). A redução só não foi maior do que a apresentada na 8ª Aisp, correspondente a Laranjeiras do Sul (de 47,06%). Em todo o Paraná, houve diminuição de 8,93%, de 1.321 para 1.203 ocorrências. A média, contudo, continua alta, de 6,7 crimes por dia.

Das 23 Aisps paranaenses, 14 conseguiram contabilizar índices menores de assassinatos. A maioria delas engloba os municípios mais populosos. São os casos da capital (-28,2%), de Maringá (-16,13%), Ponta Grossa (-17,31%), Cascavel (-15,71%), Foz do Iguaçu (-15,63%) e Guarapuava (-34,15%). Por outro lado, outras 8 regiões tiveram aumento. Na 21ª, onde se encontra Cornélio Procópio (Norte), houve 26 homicídios, um acréscimo de 188,89% em relação aos 9 do primeiro semestre do ano passado. São Mateus do Sul, no Sul (62,5%), Apucarana (53,85%), Litoral (41%), Rolândia (27,78%) e a Região Metropolitana de Curitiba (12,6%) também apresentaram taxas preocupantes. Jacarezinho (Norte Pioneiro) se manteve estável, com 13 crimes do tipo em cada um dos períodos analisados.

AVALIAÇÃO

O secretário Wagner Mesquita considerou os números positivos. De acordo com ele, a queda em âmbito estadual é resultado de um "círculo virtuoso" implementado pela administração do governador Beto Richa (PSDB), que inclui intensificação das ações de qualificação das unidades policiais. "A análise estatística permite que os batalhões da Polícia Militar (PM) possam realocar o seu patrulhamento e fazer um trabalho direcionado, conforme o mapa de calor gerado a cada 48 horas nos boletins de ocorrência", afirmou. O delegado-geral da Polícia Civil, Júlio Reis, destacou também a instalação das três delegacias estratégicas de homicídios do interior, em Maringá, Londrina e Cascavel.

Em relação aos dados negativos nas cidades menores, ambos garantiram que haverá, a partir de agora, uma análise mais detalhada com os órgãos locais para definir estratégias de melhoria. "O mapeamento é constante e periódico. Nós vamos fazer avaliações de resultados, para poder prover aqueles batalhões e delegacias que têm menos recursos. Houve troca de comando e uma série de alterações. Por isso precisamos fazer o ajuste fino", disse Mesquita, completando que é preciso analisar os homicídios dolosos a partir de duas vertentes: a proveniente do crime organizado e aquela com fundamento psicossocial, "resultado da nossa carência como sociedade".

NORTE PIONEIRO
Reis admitiu que os índices do Norte Pioneiro têm preocupado bastante a corporação. "O chefe da divisão do interior está atento e medidas serão tomadas para que isso se reverta até o final do ano", prometeu. O comandante-geral da PM, Maurício Tortato, por sua vez, ponderou que, em algumas situações, "a representação percentual pode potencializar números que, se considerados de maneira absoluta, não traduzem a realidade". Ele acrescentou que não só no Norte Pioneiro, como em todas as localidades onde há taxas altas de homicídio, haverá uma concentração de esforços. "De maneira muito responsável, sob orientação da Secretaria, os focos estão sendo direcionados para aquelas regiões que, pelos dados estatísticos, merecem uma maior atenção".