[Fechar]

PageNavi Results No. (ex: 7)

7

Últimas notícias

Protesto bloqueia trecho da PR-445 por 22 horas

Familiares de presos da PEL 2 só liberaram a pista após VEP garantir entrada de vereadores à penitenciária

Anderson Coelho
Mulheres dos presos da PEL 2 atearam fogo em pneus e interditaram o trânsito na PR-445 próximo à Avenida Guilherme de Almeida

Londrina – Depois de 22 horas, familiares de presos da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2) liberaram o tráfego de veículos na PR-445, no trecho próximo à Avenida Guilherme de Almeida, na zona sul da cidade. No final da tarde de terça-feira, um grupo de cerca de 80 pessoas, formado na maioria por mães e mulheres de presos, havia bloqueado o trânsito com pneus, galhos e tambores.
A fila de carros e caminhões chegou aos oito quilômetros na manhã de ontem no sentido Tamarana-Londrina. Alguns veículos conseguiram fazer o retorno, mas as carretas de maior porte, que estavam mais próximas à barreira, ficaram presas. De acordo com o comandante da 2ª Companhia da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) em Londrina, capitão Alessandro Luís Wolski, as equipes da PRE fizeram o desvio do trânsito a partir das primeiras horas de protesto, o que evitou um congestionamento ainda maior.
Na manhã de ontem, os manifestantes atearam fogo nos pneus. Ansiosos, os caminhoneiros aguardavam a liberação da pista para seguir viagem. Já os familiares intercalavam gritos de protesto com momentos de conversas sobre as negociações. A liberação da rodovia, às 15 horas de ontem, só ocorreu após a garantia do juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) de Londrina, Katsujo Nakadomari, da entrada de representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores na penitenciária, marcada para amanhã, às 10 horas.
Até o final da tarde de ontem, os manifestantes tentavam negociar também o acesso de pelo menos um familiar à PEL 2. A reportagem tentou contato com Nakadomari. A assessoria apenas confirmou a visita da comissão de vereadores à PEL 2, mas informou que o juiz não iria se pronunciar sobre o caso.

No acordo, as mulheres se comprometeram a liberar a rodovia e não dormirem mais em frente à PEL 2 ou do prédio da VEP. A principal reclamação das manifestantes é que depois de mais de 20 dias da rebelião que terminou com um preso morto e vários feridos, as informações sobre a condição dos presos divulgadas são imprecisas. O número de foragidos que chegou a ser divulgado como 25, foi corrigido para 20. O desencontro de informações faz com que os parentes desconfiem dos dados oficiais.
A rodovia já havia sido fechada por familiares de presos dias após a rebelião. Segundo Paloma Andrea Laureano, de 20 anos, o protesto só tornou a ocorrer porque as promessas anteriores não foram cumpridas. Ela comemorou a liberação da entrada dos representantes da comissão na penitenciária. "A gente queria que um de nós pudesse entrar lá, mas só de saber que a comissão dos Direitos Humanos vai poder ver a situação de perto já é um alívio", conta. Farão parte da comissão vereadores, representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Pastoral Carcerária.
Celso Felizardo
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
UA-102978914-2