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Secretário de Saúde de Corbélia é preso por suspeita de desvio de verba

Francisco Silva recebia propina de vencedoras de licitações, aponta Gaeco.
Investigação aponta irregularidades em contratos de prestação de serviços.

Fabiula WurmeisterDo G1 PR
O secretário municipal de Saúde de Corbélia, no oeste do Paraná, Francisco Celiomar da Silva, foi preso na manhã desta terça-feira (24) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) suspeito de desviar dinheiro público. Segundo as investigações, o secretário recebia propina de empresas vencedoras de licitações para fornecer medicamentos ou prestar serviços à prefeitura.
De acordo com o delegado do Gaeco Thiago Nóbrega de Almeida, responsável pelas investigações, Silva vinha articulando contratos ilegais com empresas de Cascavel, Toledo e Corbélia desde 2013, período no qual calcula-se que tenham sido desviados dos cofres públicos de Corbélia o equivalente a R$ 250 mil. Os contratos foram firmados com fornecedores de medicamentos e de refeições para o posto central da cidade e com prestadores de serviços.
“Documentos a que tivemos acesso e movimentações bancárias, que incluem a conta de uma ex-esposa do secretário, indicam que ele vinha recebendo propina”, explica Almeida. “Previamente identificamos a movimentação de R$ 80 mil. Mas há possibilidade de ele ter recebido também dinheiro em espécie”, completou.

Oito empresários foram levados à delegacia para depor nesta terça.
Uma das empresas, aponta, é de propriedade de médicos obstetras e ginecologistas e foi aberta para atender pacientes no centro de saúde da cidade. Mensamente, parte do dinheiro pago pelos serviços era repassada ao secretário de saúde. Além disso, conforme o Ministério Público (MP-PR), os médicos não cumpriam a carga horária contratada de 40 horas por semana no atendimento à população.
Ao G1, o prefeito Ivanor Damião Bernardi (PSD) disse estar colaborando com as investigações e que espera que tudo seja apurado. “Para mim foi uma surpresa. Não mexo com as licitações, que ficam a cargo de uma comissão. Assino os contratos, mas tudo depois de passar pela comissão e pelos secretários. É preciso confiar. Depois de tudo apurado vamos decidir sobre o que fazer com o secretário e outros responsáveis. Se alguém fez alguma coisa errada, precisa pagar por isso”, comentou. 
Ação desta terça-feira faz parte da Operação Panaceia que investiga irregularidades em contratos na área de saúde na região. Segundo o delegado do Gaeco, ao menos 20 municípios vêm sendo investigados por supostos problemas na contratação de fornecedores e prestadores de serviços.
Um dos esquemas descobertos envolvia a compra de medicamentos superfaturados e vencidos para a prefeitura de Ibema, também no oeste. As investigações levaram ao afastamento do prefeito Antônio Borges Rabel (DEM) e à demissão de uma assistente administrativa e dos secretários de Administração e Finanças e da Saúde.
FONTE - G1 PARANÁ
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