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Superlotação põe em risco cadeias do Norte Pioneiro

Em menos de 60 dias, duas fugas e duas rebeliões foram registradas nas unidades de Ibaiti, Ribeirão do Pinhal e Santo Antônio da Platina

Antônio de Picolli/Divulgação
Uma das alas da cadeia de SAP foi completamente destruída pelos detentos durante motim, na segunda-feira

Santo Antônio da Platina - A superlotação no sistema carcerário do Norte Pioneiro está pondo em risco a segurança da população, dos policiais, agentes e dos próprios presos. Em menos de 60 dias foram registradas duas fugas e duas rebeliões na região, a mais recente aconteceu na tarde desta segunda-feira, na Cadeia Pública de Santo Antônio da Platina.
A rebelião em teve início depois que quatro dos 63 presos da cadeia pública tentaram fugir da unidade durante o banho de sol. Eles se revoltaram após terem o plano frustrado por investigadores da 38ª Delegacia Regional de Polícia.
Por mais de duas horas, policiais civis e militares tentaram negociar o fim da rebelião com os presos. Entretanto, a situação só foi totalmente controlada com a entrada da tropa de choque do 2º Batalhão na carceragem, que segundo o aspirante Luiz Augusto Dias, teve uma das alas completamente destruída pelos detentos.
Em outubro, três presos arrancaram a grade de uma das celas da Cadeia Pública de Ibaiti para fugir. Menos de 30 dias depois, outros oito detentos da unidade ganharam as ruas após escavarem um túnel com oito metros de extensão que ligou uma das alas da carceragem à calçada da delegacia. A engenharia contou com sistema de ventilação e iluminação no interior do túnel para facilitar os trabalhos dos presos na fuga, que só não ocorreu em massa porque os agentes carcerários perceberam a ação e cercaram o local.
A cadeia de Ibaiti tem capacidade para receber 19 presos, no entanto, mantém atualmente 90 detentos custodiados. Dos 11 fugitivos, 10 foram recapturados.
Também em outubro, a superlotação motivou os presos da Cadeia Pública de Ribeirão do Pinhal a se rebelaram na unidade, que havia sido reinaugurada há poucos dias após permanecer fechada por um longo período devido à falta de estrutura em sua edificação. Os detentos se revoltaram com a falta de espaço e depredaram a carceragem. O motim só chegou ao fim após ser negociada a transferência de 30 dos 50 presos da unidade para outras cadeias da região.
De acordo com Departamento de Execução Penal (Depen), da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná, responsável pela custódia dos presos, 21 dos 63 detentos da Cadeia Pública de Santo Antônio da Platina foram transferidos para outras cadeias da região, porém, de forma provisória até que seja concluída a reforma da unidade para poder receber novamente os presos. A reportagem também solicitou ao órgão o número de presos nas delegacias do Norte Pioneiro, mas a informação não foi repassada até o fechamento desta edição.
Luiz Guilherme Bannwart
Especial para a FOLHA DE LONDRINA
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