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Aulas com simuladores de direção são adiadas

Detran solicitou prorrogação de até 180 dias ao Contran; das 788 autoescolas paranaenses, apenas três possuem equipamentos cadastrados no órgão

Gina Mardones
"Ainda não é possível analisar se a experiência virtual vai ajudar ou atrapalhar o aprendizado quando o aluno for dirigir na rua", avalia Flávio Sereia

As autoescolas paranaenses devem ganhar um prazo de até seis meses para a instalação dos simuladores para as aulas dos alunos interessados em tirar a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH). De acordo com a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a utilização do equipamento seria obrigatória em todo o País a partir do 1º de janeiro, mas o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) solicitou a prorrogação entre 90 e 180 dias para a construção de um cronograma para adaptação dos centros de formação de condutores.
Segundo informações do Detran, apenas três autoescolas localizadas em Curitiba, Londrina e Pato Branco possuem simuladores cadastrados no Paraná, sendo que o Estado tem 788 estabelecimentos credenciados. Até agora, uma empresa está homologada para o fornecimento dos simuladores. "A necessidade e a utilização do equipamento não está mais em discussão. Neste momento, estamos trabalhando para viabilizar um cronograma junto ao sindicato que representa os centros de formação com o objetivo que a resolução seja cumprida no Paraná", afirma o diretor-geral do Detran, Marcos Traad. O cronograma deve apresentar os passos mensais necessários para o início das aulas com os simuladores, que devem ser vistoriados a partir do segundo semestre por cerca de 130 fiscais do Detran.
Na avaliação do diretor, a solicitação deve ser atendida pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), já que outros Estados também não divulgaram as portarias para a implantação dos simuladores nas autoescolas. Segundo a resolução, publicada no último mês de julho, cinco aulas iniciais com 30 minutos de duração devem ser realizadas nos simuladores antes do aluno entrar no veículo e começar as 20 aulas obrigatórias nas ruas.
O diretor de ensino da autoescola Paraná, Flávio Sereia, já recebeu o equipamento para um período de teste, em Londrina, mas aguarda o cronograma do Detran para verificar o número necessário de simuladores para atender a demanda de alunos, além de readequações físicas para acomodação dos aparelhos. Precavido, o diretor afirmou que o centro de formação vai esperar pelos esclarecimentos para realizar os investimentos. "O acordo com a empresa é de que o pagamento seja realizado por aulas ministradas. Se a resolução cair, a empresa pode recolher o equipamento", explica.
Ele calcula que a responsável pelo simulador deve receber entre R$ 16 e R$ 17 por aula, no entanto, o custo para a autoescola é ainda maior por causa dos custos de manutenção, energia elétrica, pagamento de instrutores e outros gastos. "Estamos habilitados a utilizar o simulador, mas as aulas com o equipamento só devem começar após a resolução entrar em vigor no Estado. Acreditamos que o custo da aula com o simulador será maior do que com o veículo nas ruas, mas precisamos aguardar o início das aulas para confirmação dos custos", comenta.

APRENDIZADO
Flávio explica que o simulador ensina como funciona o painel do veículo e reproduz situações que podem ocorrer na vida real, como estacionar, dirigir debaixo de chuva, transitar por rodovias dentro do limite de velocidade e até os efeitos do álcool na direção, quando as imagens da tela ficam ofuscadas e o aluno tem dificuldade para conduzir o volante. "Ainda não é possível analisar se a experiência virtual vai ajudar ou atrapalhar o aprendizado quando o aluno for dirigir na rua. Por isso, temos que esperar pelo cronograma para implantação do novo sistema", analisa.
Rafael Fantin
Reportagem local
FOLHA DE LONDRINA
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