Eleições são suspensas no Haiti por questões de segurança
Oposição organizou manifestações para denunciar 'golpe de Estado'.
Segundo turno seria realizado no próximo domingo.
As autoridades eleitorais do Haiti adiaram, nesta sexta-feira (22), as eleições à presidência previstas para este domingo no país, em meio aos protestos da oposição nas ruas e às denúncias de fraude eleitoral.
O presidente do Conselho Eleitoral Provisório, Pierre-Louis Opont, disse que as eleições foram suspensas, por "razões de segurança".
Pierre-Louis Opont justificou a anulação das eleições, a menos de 48 horas de seu início, devido ao "conjunto de incidentes e de atos violentos contra a infraestrutura do conselho".
O segundo turno das eleições presidenciais e legislativas parciais estava previsto para este domingo, mas a oposição organizou várias manifestações para denunciar "um golpe de Estado eleitoral". Os opositores alegam que o processo estaria previamente combinado para favorecer o sucessor do oficialismo, Jovenel Moise.
Várias zonas eleitorais foram incendiadas no interior do país na madrugada desta sexta-feira e, na capital Porto Príncipe, multidões protestaram, ateando fogo em carros e confrontando a polícia.
No primeiro turno das eleições presidenciais de 25 de outubro, o candidato oficialista Jovenel Moise recebeu 32,7% dos votos, contra 25,29% para o opositor Jude Celestin.
Nesta votação, muitas sedes estiveram fechadas devido a distúrbios ou fraudes eleitorais e houve uma participação reduzida.
Reação da oposição
Por isto, após conhecidos os resultados, o opositor se negou a fazer campanha, assim como a participar das eleições de domingo.
Por isto, após conhecidos os resultados, o opositor se negou a fazer campanha, assim como a participar das eleições de domingo.
"No dia 24 é 'Não'", disse Celestin à AFP esta semana. "Não vou fazer parte desta farsa, que será uma seleção, não uma eleição, pois haverá um único candidato".
O governo permitiu que uma comissão independente, reunida às presas, revise as cédulas, mas a oposição não modificou sua postura, o que gerou os protestos.
Incerteza política
O país mais pobre das Américas tinha marcado a convocação às urnas para eleger o sucessor do presidente Michel Martelly e buscar uma saída para a profunda crise econômica que atravessa.
O país mais pobre das Américas tinha marcado a convocação às urnas para eleger o sucessor do presidente Michel Martelly e buscar uma saída para a profunda crise econômica que atravessa.
Mas ativistas da oposição temem que a votação seja manipulada para favorecer o afilhado de Martelly, Jovenel Moise, e seu candidato, Jude Celestin, está boicotando o pleito.
Nos últimos dias, bandos enfurecidos se reuniram na capital, Porto Príncipe, para queimar carros, enfrentar a polícia e ameaçaram atrapalhar qualquer tentativa de permitir que a votação siga seu curso.
A suspensão das eleições afetaria as ambições dos Estados Unidos, um parceiro chave para o Haiti, cujo governo apoiou a celebração da votação, apesar da violência.
Martelly, que denunciou os protestos e acusou a oposição de tentar desestabilizar o país, tinha previsto dar uma mensagem à população em rede nacional.
O ex-cantor popular está com a reeleição proibida e prometeu entregar o poder ao seu sucessor em 7 de fevereiro, respeitando a Constituição.
fonte - globo.com