Exército implanta balsa sobre o Rio Taquara, Distrito de Paiquerê, Londrina
Estrutura será utilizada para o transporte de material para a implantação da ponte provisória

"Tenho irmãos que moram em Guairacá e a gente nem está se vendo porque ficou impossível", contou o entregador aposentado Leonildo Lourenço Santos

Militares organizam materiais para a construção de balsa com capacidade de carga de 15 toneladas
Os militares do 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado – Batalhão Juarez Távora, de Porto União (SC), iniciaram na manhã de ontem a implantação sobre o Rio Taquara de uma portada tática leve, popularmente conhecida como balsa. Ela servirá para o transporte dos equipamentos e materiais necessários para edificar uma ponte provisória para interligar o Distrito de Paiquerê (sul) ao Patrimônio Guairacá (sul), já que a ponte de concreto de 77 metros de comprimento que havia no local foi destruída pelas chuvas do dia 11 deste mês.
Os 450 moradores do Patrimônio Guairacá permaneceram isolados por alguns dias até que uma rota alternativa, 20 km mais longa e sem asfalto, fosse disponibilizada pela prefeitura, mas essa opção alongou em uma hora o tempo necessário para ir de Guairacá ao Distrito de Paiquerê.
Segundo o tenente Bruno Moura, comandante da operação, a implantação da balsa depende da adequação do terreno pelo maquinário da prefeitura, o que pelos cálculos dele seria concluída hoje. A balsa tem capacidade de carga de 15 toneladas. No entanto, ele alertou que ela não estaria disponível para os moradores da região para transpor o rio, já que a prioridade é o transporte do material pelo Exército para a construção da ponte provisória e para a prefeitura. "A balsa só ficará disponível aos moradores em situações de emergência, para viaturas do Siate ou da polícia", explicou.
Moura explicou que a outra estrutura que o Exército implantará é a ponte provisória flutuante, que será ancorada nas margens do rio e levará cerca de 15 dias para ficar pronta. Feita de aço, ela possui capacidade de carga de aproximadamente 85 toneladas.
A retomada da ligação entre Guairacá e Paiquerê é aguardada com ansiedade pelos moradores da região. O entregador aposentado Leonildo Lourenço Santos, de 55 anos, relata que mora lá há 10 anos e nunca viu destruição semelhante.
"Tem gente que mora aqui há 50 anos e também não se recorda de algo assim. Eu tenho irmãos que moram em Guairacá e a gente nem está se vendo porque ficou impossível. O desvio ficou bastante complicado, porque um trajeto de 8 ou 10 km aumenta demais se for por Tamarana e Lerroville", apontou. Ele disse que o transtorno é grande para estudantes e professores, que teriam o início das aulas na semana que vem, e também para os trabalhadores que dependem dessa ponte para transitar entre um lugar e outro.
Entre eles está Gabriel Lourenço, de 21 anos, que mora em Paiquerê, mas faz aplicação de defensivos agrícolas nas plantações de Guairacá. Ele revelou que a chuvarada atrapalhou sua atividade. "Os agricultores de Guairacá não têm como passar defensivos agrícolas. Eu conheço um produtor que perdeu 5 alqueires de soja com as chuvas. Muita gente pode perder toda a safra se não puder colher e comercializar", destacou.
Vítor Ogawa
Reportagem Local-folha de londrina
Reportagem Local-folha de londrina