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(07-01-2016)Irmão de vice-governadora do Paraná e mais 14 são denunciados pelo MP

Juliano Borghetti é acusado do crime de exploração de prestígio.
Acusação é de que grupo desviou R$ 18 milhões de obras em escolas.

Fernando CastroDo G1 PR
Juliano Borghetti (Foto: Divulgação)Juliano Borghetti é ex-vereador e irmão de Cida
Borghetti, vice-governadora (Foto: Divulgação)
O ex-vereador Juliano Borghetti (PP), irmão da vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti (Pros), foi denunciado nesta quinta-feira (7) pelo Ministério Público (MP) pelos crimes de exploração de prestígio e organização criminosa. Além dele, outras 14 pessoas foram acusadas de irregularidades apuradas pela Operação Quadro Negro.
A operação investigou supostos desvios de recursos públicos por meio de contratos com empresas para obras em escolas do Paraná entre os anos de 2013 e 2015. A estimativa é de que a Construtora Valor Serviços Ambientais tenha recebido mais de R$ 18 milhões para a construção e reformas de escolas que não foram efetivadas em várias cidades do estado.
O advogado Cláudio Dalledone, que representa Juliano Borghetti, disse ao G1 que não teve acesso à denúncia, e por isso não se manifestaria nesta quinta-feira. À época da deflagração da operação, em que Borghetti foi preso, o advogado disse que o cliente era "absolutamente inocente".
Segundo o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, foi apurado que Borghetti recebeu pelo menos R$ 60 mil, divididos em quatro parcelas, por conta do prestígio político que possuía junto à Casa Civil do Governo do Paraná.
“Ele dizia que poderia facilitar a tramitação de procedimentos de interesse da construtora. Usava o parentesco que tinha para dizer que, com ele, o negócio andaria”, explicou o coordenador. Segundo Batisti, ainda não há como comprovar se, de fato, ele conseguiu intervir junto ao governo em nome da empresa.

Para sustentar o esquema, segundo o Gaeco, o dono da construtora, Eduardo Lopes de Souza, familiares dele e outros denunciados pagavam propina para Maurício Fanini, à época diretor do Departamento de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Secretaria de Educação. Fanini, por sua, vez, ordenava que quatro engenheiros subordinados a ele atestassem de forma falsa que as obras estavam com o cronograma correto. Todos foram denunciados.
O esquema

Conforme a denúncia, o esquema funcionava a partir de atestados falsos emitidos por servidores públicos e por funcionários da construtora sobre o estágio de andamento das obras. Com estes pareceres, a empresa recebia os valores previstos na licitação sem que cumprisse o cronograma das obras.
O dinheiro oriundo dessa corrupção era lavado através da compra em nome de terceiros de veículos, móveis, imóveis e também repasse de dinheiro para contas de diferentes pessoas.
Pelo menos dez contratos firmados entre a Valor e a Secretaria de Estado da Educação foram alvos da investigação. As obras investigadas são nas cidades de Santa Terezinha do Itaipu, Cornélio Procópio, Rio Negro, Campina Grande do Sul, Curitiba, Coronel Vivida, Joaquim Távora e Ponta Grossa.
O advogado Robero Brzezinski, que representa o dono da construtora Eduardo Lopes de Souza, a esposa dele Patrícia Isabela Baggio e o filho Gustavo Baruque de Souza afirmou ao G1 que não teve acesso à denúncia, e por isso não se manifestaria.
A reportagem também tentou contato com o advogado Gustavo Scandelari, que representa Maurício Fanini, mas não obteve retorno.
FONTE - G1 PARANÁ
UA-102978914-2