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Londrina vive janeiro mais violento desde 2012

Seis homicídios foram registrados em dois dias; Polícia Civil investiga possível relação entre os crimes


O ano de 2016 começou com um aumento no número de homicídios em Londrina. Segundo levantamento do Grupo Folha, até ontem à tarde ocorreram 12 assassinatos na cidade, entre homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais com resultado morte. De acordo com estatísticas da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), em janeiro de 2015 foram seis ocorrências no município; em 2014, dez; em 2013, três; e em 2012, 14 registros.
Desde o início do mês, também ocorreram dois óbitos na cidade em supostos confrontos com a Polícia Militar, mas, como a Sesp não computa esses casos nos relatórios de estatísticas de mortes violentas, a FOLHA não os contabilizou para que não houvesse distorções na comparação com anos anteriores.
Só nesta semana, foram registrados seis homicídios em um intervalo de dois dias. No final da noite de terça-feira, por volta das 22h30, o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) recebeu uma ligação de que havia dois corpos com vários disparos de arma de fogo no Conjunto Eucaliptos, zona leste da cidade.
As vítimas foram identificadas como Emerson Gambarotto, de 40 anos, e Claudemir da Silva Oliveira, de 33. Ambos possuíam passagens pela polícia, mas a PM não soube informar quais crimes eles haviam cometido.
O porta-voz da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar, tenente Bruno Franceschet, afirmou que os moradores do local adotaram a lei do silêncio com medo de possíveis represálias. "Nós ainda não temos suspeitos do caso e não possuímos nenhuma informação mais precisa sobre o que aconteceu. Não foi deixado nenhum tipo de vestígio no local em que foram encontrados os corpos", explicou.
Próximo dali, no Conjunto Luiz de Sá, na região norte, foi encontrado o corpo de Wesley Silva de Souza, de 23 anos. De acordo com o tenente Franceschet, Souza tinha passagem pela polícia por desacato e desobediência.
"Foi quase a mesma situação do Conjunto Eucaliptos. Ninguém quis se manifestar sobre o acontecido. Foram quatro disparos de arma de fogo na região do tórax, de calibre não identificado, porque não foram encontrados os estojos para fazer essa análise", expôs.
Ele apontou que diligências têm sido feitas no local para conseguir chegar aos autores do crime. Ainda na zona norte, no Conjunto Farid Libos, foi encontrado o corpo de um adolescente de 17 anos na Rua Nilton Leopoldo Câmara. Outros dois homicídios foram registrados na madrugada de terça-feira, um no Conjunto Semíramis e outro no Conjunto Parigot de Souza 1.
Além dos assassinatos, no final da noite de segunda-feira, a cidade registrou também um atentado contra um policial militar na Avenida Saul Elkind. O soldado foi atingido por disparos de arma de fogo, enquanto deixava uma farmácia.
"Para ver se tem correlação entre um crime e outro, depende da investigação que está sendo realizada pela polícia. A gente não pode afirmar nada sem ter certeza, sem que haja alguma pista para ver se tem relação. Essa possível conexão é uma das linhas de investigação, sim, mas trabalhamos com todas as hipóteses e todos os fatos em vista dos últimos acontecimentos. Por hora, estamos analisando cada caso de forma isolada, porque cada um deles possui sua especificidade, seja com a vítima, seja com o ambiente", declarou o tenente da 4ª Cia.
O superintendente da Delegacia de Homicídios, Cláudio Santana, concordou com o tenente Franceschet. "Por enquanto os casos estão em investigação e não dá para afirmar nada. Não podemos abrir a investigação, porque isso poderia prejudicar os trabalhos. No momento oportuno, o delegado falará sobre esses casos", declarou.
Devido a esses últimos episódios de violência na zona norte, as equipes do Choque e do Canil do 5º Batalhão de Polícia Militar de Londrina têm apoiado a 4ª Companhia Independente da Polícia Militar no patrulhamento, mas os crimes aconteceram somente depois da saída dessas equipes do local.
"As operações de abordagem, patrulhamento, intensificação de presença nos bairros em áreas mais críticas da cidade estão sendo realizadas. Estamos contando com o Choque e com o Canil para que eles possam continuar esse patrulhamento. A resposta à sociedade é que o patrulhamento irá continuar, as investigações serão feitas e vamos encontrar quem cometeu tais crimes e vamos colocá-los atrás das grades", afirmou o porta-voz. (Colaborou Fábio Galão)
Vítor Ogawa
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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