Sem água, moradores recorrem a minas e poços

"Sem água não tem como trabalhar. A gente precisa dela para misturar com o cimento e fazer a massa. Já perdi alguns dias de trabalho por conta da chuva", lamenta o pedreiro Paulo da Silva
Rolândia - Sem previsão para a normalização do serviço de abastecimento na cidade, os moradores de Rolândia buscam outras alternativas para superar a falta da água nas torneiras das residências. No início da semana, uma forte enxurrada no Rio Bandeirantes arrasou a estação de captação e tratamento da Sanepar, que terá que ser reconstruída para atendimento do município.
Morador do Conjunto Domingos Neves, o aposentado Dirceu Alvarez disse que o abastecimento na residência foi cortado na última segunda-feira. Assim, ele coleta água, diariamente, em uma mina na Estrada da Campinho, próximo a unidade de tratamento da Sanepar. "Estamos usando a água para lavar louça, banho e limpeza. Além disso, vou para a chácara buscar água do poço artesiano para fazer comida e matar a sede", comenta. Funcionário de um cortume, Osmar Alves também foi até a mina para levar alguns baldes de água para casa. Ele enfrenta o desabastecimento na residência e no local de trabalho. "A produção foi comprometida e a empresa dispensa alguns funcionários do expediente do dia por causa da falta d´água."
Quem também corre atrás do prejuízo provocado pelas chuvas é o pedreiro Paulo Sérgio Gonçalves da Silva. Ele foi até a mina para levar água até uma construção, onde trabalha no Jardim Nobre. "Sem água não tem como trabalhar. A gente precisa dela para misturar com o cimento e fazer a massa. No início da semana, já perdi alguns dias de trabalho por conta da chuva", lamenta. Além das minas, os poços artesianos se tornaram uma opção para enfrentar a seca e os rolandeses contam com a solidariedade dos proprietários.
A direção da Clínica do Rim de Rolândia está disponibilizando duas mangueiras para distribuição de água à população da cidade. A água é do poço artesiano, não é potável, mas é clorada, podendo ser utilizada nos afazeres domésticos. Várias famílias já têm ido buscar a água por falta de fornecimento da Sanepar. Qualquer morador da cidade pode buscar água no local, que fica na Rua Martin Friedrich Mewews, 101. Além dos caminhões pipas da prefeitura, empresas também estão disponibilizando veículos para distribuição de água nos bairros mais afetados.
RECONSTRUÇÃO
A falta d´água não é o único problema enfrentado pelos moradores do Conjunto Tomie Nagatani, um dos mais afetados do município de Rolândia. O muro no fundo da residência do casal Valdecir Almeida da Silva e Mariana da Silva desabou no início da noite de segunda-feira durante a chuva. A Defesa Civil interditou a casa, e Valdecir deixou o local junto com a mulher e a filha. Eles foram para a casa da sogra no mesmo bairro com casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida. "Moramos no bairro há sete meses e não sabemos se a casa tem seguro. Esperamos que o decreto do prefeito possa ajudar na reconstrução. Além do muro, a casa ainda sofreu várias rachaduras", frisa.
O muro caiu no quintal da moradora Débora Antunes que ainda teve parte da residência destelhada durante a chuva. Ela retornou a residência após ficar dois dias no abrigo público na escola municipal Vitorio Franklin, no centro de Rolândia. "O problema vai ser quando a chuva voltar. Acho que vou ficar com medo por causa do risco de deslizamento", revela.
Rafael Fantin
Reportagem local-FOLHA DE LONDRINA
Reportagem local-FOLHA DE LONDRINA