[Fechar]

PageNavi Results No. (ex: 7)

7

Últimas notícias

Sesp descarta ação de facção criminosa contra PMs

Em coletiva, secretário de Segurança, Wagner Mesquita, diz já ter a linha de autoria e de materialidade de três dos quatro assassinatos

Gustavo Carneiro
Na noite de segunda-feira, um policial militar de Londrina foi baleado na frente de uma farmácia na zona norte; ele não corre risco de morte

Curitiba - O secretário de Segurança Pública do Paraná (Sesp), Wagner Mesquita, disse ontem já ter a linha de autoria e de materialidade de três dos quatro assassinatos envolvendo policiais militares registrados no prazo de uma semana no Estado. Ele voltou a negar, contudo, que os homicídios estejam conectados ou que tenham sido cometidos por grupos organizados. Além dos quatro óbitos, ocorridos na região metropolitana de Curitiba (RMC), outros dois oficiais foram baleados anteontem – um em Pato Bragado (Oeste) e um em Londrina (Norte). Ambos não correm risco de morte. Em todas as situações, os profissionais estavam de folga.
"Estamos dedicando esforço para elucidar esses crimes. Até agora, as investigações não mostram relação entre eles. Temos pessoas presas e algumas perícias estão pendentes de finalização. Nosso foco é concluí-las", afirmou. O chefe da pasta concedeu entrevista coletiva na sede da Sesp, na capital, ao lado do comandante-geral da Polícia Militar (PM), Maurício Tortato, e do delegado-geral da Polícia Civil (PC), Júlio Reis. Apesar de descartar a participação de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), ele contou que orientou o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da PC, a observar os casos um a um, uma vez que a apuração acontece em delegacias diferentes.
"Foram eventos pontuais. Houve coincidência temporal em dois deles, o que gerou expectativa, uma possibilidade de atuação criminosa organizada, mas isso de fato não se demonstrou", prosseguiu Mesquita. O secretário se referia a Nilson Pinheiro da Veiga, de 38 anos, e James Wilson Camargo, de 39, que perderam a vida no bairro Sítio Cercado e em Colombo (RMC), respectivamente. Os crimes aconteceram em intervalos de minutos – um às 20h18 e outro às 20h23. No dia anterior, Lisandro Lara de Moraes Júnior, de 29, da tropa de choque do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), morreu no Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Entretanto, ele havia sido atingido durante uma tentativa de assalto ao comércio de sua família no início do mês, no Fazendinha.
A PC prendeu dois dos quatro suspeitos de assassinar Lara - Jhonatan Adriano de Oliveira Sales, de 19, já indiciado pelo crime, e Ana Paula Andrade da Silva, de 24, que teria dado cobertura à fuga do bando. Continuam foragidos e procurados Luiz Guilherme Batista dos Santos, de 21, e Eder Eliezer Rodrigues dos Santos, de 19. Foram detidos, ainda, outros dois homens acusados de envolvimento nos homicídios de Veiga e Camargo, cujos nomes não foram divulgados. "É importante nós termos cautela. O caso do Lara foi devidamente esclarecido que se tratava de um roubo; e o de Pato Bragado foi aparentemente uma abordagem não dentro dos padrões. O que é fácil dizer agora é só que não há nenhuma conexão entre eles", comentou Júlio Reis.

LONDRINA
O ataque ao soldado da 4.ª Companhia Independente da PM, em Londrina, aconteceu na Avenida Saul Elkind, por volta das 22 horas de anteontem, em uma farmácia. Ele estava à paisana, também fora de serviço. Imagens do momento do atentado, divulgadas pela Associação de Praças do Paraná (APRA), mostram dois suspeitos chegando, atirando e saindo rapidamente do local. O policial levou três tiros, um no braço e dois no ombro e, segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, onde ele seguia internado, passa bem. "É uma situação preocupante. Mas enquanto não tivermos definição de autoria e de motivações, qualquer consideração eu considero precipitada", afirmou Tortato.

Mariana Franco Ramos
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA
UA-102978914-2