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Campanha da Fraternidade aborda saneamento básico

Com o tema "Casa Comum, nossa responsabilidade", a CNBB busca discutir melhorias na qualidade de vida da população


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) lançam na manhã de hoje, em Brasília, a Campanha da Fraternidade Ecumênica com o tema "Casa Comum, nossa responsabilidade", com objetivo de discutir o saneamento básico e os problemas provocados pela ausência do serviço, principalmente em áreas mais afastadas dos grandes centros. Pela quarta vez, a campanha contará com a participação de igrejas protestantes, o que ocorreu no ano 2000 pela primeira vez, quando os cristãos abordaram o tema "Dignidade Humana e Paz".
Além de católicos, as igrejas Anglicana, Luterana, Presbiteriana Unida e Presbiteriana Independente participam da campanha em Londrina a partir de sexta-feira, quando ocorre a abertura oficial do evento durante coletiva de imprensa no Centro de Pastoral da Igreja Luterana. "Os problemas que envolvem os serviços de saneamento básico e abastecimento têm impactos na área social e ambiental. Isso não diz respeito apenas aos católicos, mas a todos os cristãos que podem participar da discussão das políticas públicas para assegurar o direito ao serviço para a população", afirmou a ex-assessora da CNBB entre 2012 e 2015, irmã Dirce Gomes da Silva, transferida para Arquidiocese de Londrina em agosto do ano passado. "O Papa Francisco tem diálogo com lideranças de outras igrejas cristãs e também se encontra com representantes de outras religiões para a discussão de temas importantes para a humanidade", acrescentou.
Integrante da equipe ecumênica da campanha na cidade, ela explicou que os temas são escolhidos com até dois anos de antecedência com objetivo de atender os anseios da sociedade. "Existe um clamor gritante para o atendimento de, aproximadamente, 100 milhões de brasileiros sem acesso ao saneamento. Além disso, esse é um problema que atinge todo o mundo. Mais de 4 mil crianças morrem por ano pela falta do serviço básico no planeta", informou.
De acordo com a cartilha da Campanha da Fraternidade de 2016, capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba possuem pelo menos 96% das populações atendidas pela coleta de esgoto. No entanto, a realidade das regiões Norte e Nordeste do Brasil é oposta. Nas capitais Belém, Manaus e Macapá, o percentual de moradores atendidos não ultrapassa 9%. "A igreja é missionária e deve estar de saída para ajudar o próximo. O cristão não pode pensar apenas em si mesmo, mas no todo", frisou.
Além da coletiva da abertura oficial na sexta-feira, a Campanha da Fraternidade realiza um encontro de formação aberto a comunidade, no próximo dia 14, na Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo, na zona oeste de Londrina. O evento termina no dia 20 de março em todo o Brasil com a Coleta da Solidariedade e arrecadação de recursos para investimentos em projetos sociais e ambientais, visando melhorias na área de saneamento básico. Irmã Dirce lembrou ainda que a campanha tem como base um texto bíblico do profeta Amós que fala sobre o "direito de brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca". "O projeto de Jesus é a vida e essa deve ser a preocupação de todos os cristãos. Precisamos cuidar do meio ambiente e das pessoas", afirmou.

Celso Pacheco
Celso Pacheco
"Os problemas que envolvem os serviços de saneamento básico e abastecimento têm impactos na área social e ambiental. Isso não diz respeito apenas aos católicos, mas a todos os cristãos", ressaltou a irmã Dirce Gomes da Silva
Rafael Fantin
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA
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