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Com mudança no perfil dos consumidores e na estratégia das operadoras, número de linhas ativas de celular cai 7,1% no Paraná


Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Paraná é o sétimo estado em número de reduções de linhas móveis no País: clientes estão migrando cada vez mais para a comunicação via aplicativos de mensagens

O brasileiro está mudando drasticamente a forma de utilizar o telefone celular e isso está influenciando diretamente no mercado de telefonia móvel de todo o País, inclusive no Paraná. Os números do fechamento de 2015, divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel), apontam para uma queda de 8,1% no número de linhas ativas de celulares no País: de 280,7 milhões em dezembro de 2014 para 257,7 milhões no mesmo período do ano passado. No Paraná, a queda foi de 7,1%: de 15,3 milhões de linhas para 14,2 milhões em 12 meses. O Estado é sétimo no ranking de maiores reduções, com retração de 1,09 milhão de linhas, ficando apenas atrás de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Piauí, nesta ordem.
O prejuízo das operadoras no Estado é significativo (veja o gráfico de cada uma delas). A empresa que mais perdeu em percentual foi a Oi, com retração de 9,9%. Na sequência está a Vivo (-8,2%), Claro (-7,8%) e Tim (-6,4%). A única que apresentou ganho no número líquido foi a londrinense Sercomtel. Os valores por operadora foram compilados pela consultoria Teleco Inteligência em Telecomunicações, utilizando a base de dados da Anatel, que prefere não se manisfestar acerca da retração nítida.
A reportagem da FOLHA entrou em contato com as principais operadoras e algumas delas justificaram a queda na planta efetiva de números. Entre os pontos citados estão a crise econômica, a utilização de aplicativos de mensagens – leia-se principalmente o WhatsApp – para se comunicar e mudança do perfil dos clientes, que estão deixando de lado aquela mania de utilizar vários chips de diferentes operadoras e apostam na internet. Outro ponto interessante é que as empresas estão seguindo as normas da Anatel de desligamento das linhas sem uso com maior rigidez. Antes, quando o mercado estava mais aquecido e o retorno financeiro era maior, elas bancavam as taxas destas linhas inativas pagas ao Governo para provar ao mercado a força do seu market share, mesmo que não houvesse clientes utilizando o serviço. Agora, com a redução de lucro, a conversa mudou: vale tudo para enxugar custos.

Mais dados, menos voz
O diretor comercial da Tim nos estados do Paraná e Santa Catarina, Carlos Eduardo Spezin Lopes, considera que este é um movimento natural do mercado. A companhia, que é líder disparada no Estado com 7,99 milhões de linhas móveis ativas, avalia que agora o foco da indústria passa a ser o valor associado a cada usuário em detrimento do volume de linhas. "Há uma mudança bastante relevante no comportamento dos clientes de telefonia no Brasil. Após um período com forte ‘efeito comunidade’ – com os consumidores se beneficiando das tarifas mais vantajosas para chamadas de voz dentro de uma mesma operadora –, o mercado passa por uma fase de grande crescimento do uso de dados e redução do uso de voz, causando uma onda de migração para a comunicação via aplicativos de mensagens. Nesse contexto, o usuário não vê a necessidade de ter mais de um chip e cresceu o volume de cancelamentos, principalmente, no segmento pré-pago". A operadora também confirma a política de desligamento das linhas sem uso. A empresa "entende que essa mudança é importante para manter na base apenas os clientes ativos e para reduzir pagamento de taxas sobre linhas inativas".
Já a Claro informa que a queda "no número de linhas móveis reflete o ciclo normal de desconexão do mercado e o crescente interesse pelo uso de internet no celular". A operadora entende que o "perfil de consumo dos clientes está mudando e a maioria das pessoas está conectada quase que 24 horas por dia na internet em seus celulares e dispositivos móveis".
A reportagem da FOLHA também entrou em contato com as operadoras Oi e Vivo, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno das empresas.

Victor Lopes
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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