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Ex-assessor do Governo do Paraná muda depoimento, diz advogado

Marcelo Caramori disse a juiz que esqueceu o que disse na delação.
Defesa do ex-assessor, entretanto, nega que ele tenha alterado versão.

do G1 PR, com informações da RPC Londrina
O fotógrafo e ex-assessor especial do Governo do Paraná Marcelo Caramori foi ouvido como testemunha durante audiência nesta quarta-feira (17) da Operação Publicano, que investiga um esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná.
Segundo o advogado de José Luiz Favoreto, um dos réus no processo, Caramori mudou a versão do depoimento que havia feito em delação premiada. O advogado de Caramori nega.
As investigações apontaram que Caramori era próximo de alguns auditores fiscais acusados de envolvimento no esquema de cobrança de propina na Receita. O depoimento dele demorou cerca de 1h40, com questionamentos da promotora responsável pelo casal e dos advogados dos réus.
Em depoimento ao MP-PR, em maio de 2015, o fotógrafo disse que Luiz Abi Antoun, parente do governador Beto Richa (PSDB), tinha influência no governo do estado.
O fotógrafo também relatou que, por intermédio de Abi, conhece Márcio de Albuquerque Lima, considerado o chefe do esquema, e a esposa dele, Ana Paula. O vínculo de amizade era tão forte, disse o ex-assessor, que ele chegava a buscar os filhos do casal na escola ou na chegada de viagens.
No depoimento desta quarta-feira, no entanto, Caramori afirmou que não se lembrava do que havia dito na delação premiada e negou qualquer relação com os auditores.
O fotógrafo foi preso por duas vezes, sendo uma por exploração sexual de menores e outra por estupro de vulnerável por se tratar de uma menina menor de 14 anos. À época, ele dividiu cela com os também ex-auditores Luiz Antônio de Souza e José Luiz Favoreto.
Durante a oitiva desta quarta-feira, o advogado de Favoreto, Walter Bittar, questionou se Caramori pediu dinheiro ao ex-auditor. O fotógrafo disse que não. O advogado, então, apresentou um bilhete, direcionado a Favoreto, em que Caramori supostamente teria escrito o número de sua conta corrente.
"O delator faltou com a verdade, o delator não fez uma delação voluntária e o delator deliberadamente prejudicou José Luiz Favoreto por conta de uma ameaça feita dentro da cela. E esse documento vai fazer uma parte dessa prova, e por isso a gente anexou, porque ele, como delator, não confirmou a nenhuma pergunta da defesa. Nem minha nem de nenhum outro advogado", diz Bittar.
Sobre o esquecimento do depoente sobre as declarações na delação premiada, o advogado de Caramori, Leonardo Vianna, disse não considera isso um problema. "Ele cumpriu como testemunha aqui, ele esclareceu o que ele sabe, e muitas vezes houve alguma divergência com relação aos advogados, não ao depoimento dele, anterior", explica o advogado.
O juiz Juliano Nanuncio negou o pedido para anexar o bilhete da defesa de José Luiz Favoreto ao processo. O advogado de Márcio de Albuquerqure Lima e Ana Paula Lima não quis comentar o caso. A defesa de Luiz Abi Antoun não foi encontrada. O Governo do Estado do Paraná informou que Luiz Abi não indicava ninguém e não tinha nenhuma influência no governo.
FONTE - GLOBO.COM
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