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Londrina ganha força-tarefa com reforço de 80 PMs

Outros dois delegados também foram destacados para auxiliar nas investigações; informações sobre 11 mortes ainda são escassas


A Secretaria de Segurança Pública do Paraná anunciou uma força-tarefa com 80 policiais militares de todo o Estado para Londrina e elencou dois delegados especialistas em homicídios para auxiliar nas investigações da chacina que deixou 11 pessoas mortas – dentre as quais, um policial militar – e 15 feridas entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado.
O reforço no policiamento ostensivo e nas investigações chega em um momento em que a polícia nega envolvimento de facções criminosas em ataques contra policiais, mas diz que ainda não há informações sobre o que motivou os homicídios no início do fim de semana.
O reforço no policiamento e nas investigações foi anunciado ontem pelo secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita de Oliveira, em entrevista coletiva que trouxe a cúpula da pasta à cidade ontem. "A ação em Londrina foi uma surpresa pela gravidade das ocorrência e, por conta disso, demanda uma reação imediata", afirmou Mesquita.
Durante todo o fim de semana, policiais militares e a Guarda Civil Municipal promoveram blitze e cercos em todas as regiões da cidade, e não foram registradas novas ocorrências de assassinatos. Porém, as mortes provocaram um clima de tensão entre os londrinenses, que preferiram ficar em casa na noite de sábado. 
As atividades da força-tarefa começam hoje, com intensificação de cercos, abordagens e blitze em locais e horários de pico para cumprir mandados de prisão em aberto, apreender drogas e armas e tirar de circulação veículos sem a documentação legal exigida. Os trabalhos serão executados aliados a ações estratégicas com os departamentos de inteligência das polícias para maior efetividade e devem ocorrer, de início, por dez dias. O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) também colocou à disposição a Guarda Civil Municipal.
Mesquita também informou que 80 câmeras da Guarda Civil Municipal de Londrina foram conectadas ao Centro de Comando e Controle da Polícia Militar em Curitiba para monitoramento das ruas. "O objetivo é que, ao acontecer uma ocorrência, consigamos rapidamente resgatar as imagens", explica. De acordo com o secretário, a central tem capacidade para acompanhar até duas mil câmeras ao mesmo tempo.
Além disso, os dois delegados especialistas devem auxiliar os trabalhos da Delegacia de Homicídios para elucidar os crimes. De acordo com Oliveira, já foram excluídas as possibilidades de ações de facções criminosas contra policiais do Paraná, mas os motivos dos homicídios ainda são desconhecidos. Mesmo a participação de policiais não está descartada.
Ele também afirmou que a chacina ocorrida na madrugada de sábado não tem ligação com ocorrências anteriores em Curitiba ou na região fronteiriça do Paraná.

INVESTIGAÇÕES
O delegado-geral da Polícia Civil, Júlio Reis, disse ontem que a Polícia Civil está esboçando as investigações com ações preliminares, mas que ainda é cedo para divulgar o que já foi levantado. "No momento oportuno, vamos falar sobre os casos, mas todos são tratados com absoluta prioridade", disse.
O perfil das vítimas da chacina não foi divulgado. O delegado-geral apenas confirma que algumas têm passagem pela polícia, mas que ainda falta levantar se há envolvimentos em outros estados.

11 MORTOS
Na noite de sexta-feira, o policial militar Cristiano Luiz Botino, de 33 anos, da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar de Londrina, foi morto a tiros nas proximidades do Lago Norte, no Conjunto Milton Gavetti. Foi o primeiro de 11 assassinatos que seguiriam madrugada adentro, em diversos pontos das regiões Norte, Leste e Oeste da cidade. Outras 15 pessoas foram baleadas.
Botino foi velado no 5º Batalhão da Polícia Militar e sepultado no final da tarde de sábado, no cemitério São Pedro, na área central da cidade. Além de dezenas de viaturas e policiais, o helicóptero da PM também acompanhou o cortejo.

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Luís Fernando Wiltemburg
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA
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