Sobrevivente de queda de avião precisa de R$ 12 mil para cirurgias
Uma semana após a queda do avião bimotor em Manoel Urbano, no último dia 10, a dona de casa Luana Vieira, de 24 anos, uma das 7 vítimas que sobreviveram ao acidente, ainda precisa passar por duas cirurgias, uma no nariz e outra no maxilar. Luana teve afundamento do olho esquerdo e luta para juntar R$ 12 mil para fazer as cirurgias. Ela afirma que não tem recebido apoio do proprietário do avião.
A jovem afirma que o dono do avião chegou a prometer ajuda, mas voltou atrás e pediu que ela procurasse seus direitos na Justiça. Luana está na capital acreana com a família para fazer exames no Hospital das Clínicas. Ela tem retorno médico na próxima sexta-feira (19) e diz que após essa consulta saberá se vai conseguir fazer as cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao G1, o dono do bimotor, o empresário Mário Jorge Matos, de 59 anos, disse que está aguardando que Luana envie os recibos com os gastos médicos para que a seguradora libere o dinheiro. Mario Jorge também é pai de Maycon dos Santos, de 28 anos, que pilotava a aeronave.
"Quando estava saindo do hospital, ele [dono do avião] veio falar comigo e disse que eu poderia ligar se precisasse. O que ele deu foi R$ 200 para alimentação. Me consultei também com um médico particular e foi dito que as duas cirurgias custam R$ 12 mil. O médico disse ainda que as cirurgias precisam ser feitas em 15 dias, caso não consiga no SUS, terei que juntar dinheiro para fazer na clínica", disse.
Empresário diz que aguarda seguro do avião
O empresário Mário Jorge confirmou que entregou uma quantia à vítima para ajudar na alimentação, mas negou que teria mandado ela procurar a Justiça.
O empresário Mário Jorge confirmou que entregou uma quantia à vítima para ajudar na alimentação, mas negou que teria mandado ela procurar a Justiça.
"Fui na casa dela e ofereci ajuda. Preciso esperar o seguro do avião, não é assim. Pedi para trazerem os recibos e ainda não trouxeram. Será que eu com um prejuízo desse tenho dinheiro para pagar a cirurgia? Tenho que acionar o seguro e eles vão pagar. Estou esperando os recibos para passar para a seguradora", defende-se.
'Nasci de novo', diz Luana
A jovem ainda tenta se recuperar da queda do bimotor. Ela diz que no dia do acidente ela estava com os dois filhos, de dois e oito anos, uma índia que levava uma bebê no colo e uma quarta criança que viajava sem acompanhante.
A jovem ainda tenta se recuperar da queda do bimotor. Ela diz que no dia do acidente ela estava com os dois filhos, de dois e oito anos, uma índia que levava uma bebê no colo e uma quarta criança que viajava sem acompanhante.
"Eu estava carregando muita coisa, pois ia me mudar para Santa Rosa, perguntei ao piloto se as bolsas eram proporcionais ao peso do avião. Ele disse sim, confiei nele. O avião levantou voo e depois caiu", lembra.
Após o impacto, Luana diz que desmaiou e acordou com pessoas ajudando. Ela revela que o filho de oito anos sofreu um corte na cabeça e precisou levar 16 pontos, a indígena teve fraturas no corpo e o piloto um corte na testa. "Quando acordei já estavam todos fora do avião. Procurei meu filho e não achei. Olhei e vi ele com meu marido dentro do carro. Graças a Deus meu filho pequeno não sofreu nenhum ferimento", diz.
A dona de casa diz ainda que o filho de oito anos foi acomodado na poltrona do co-piloto, pois não havia mais espaço. "Ia muita mercadoria dentro do avião. Eu não estava de cinto, só meu filho e o piloto. Quando começou a cair, eu só comecei a orar. Não ouvi nenhum barulho, só vi o piloto fazendo a manobra para controlar o avião. Nasci de novo, é obra divina, um milagre", conclui.
Investigações seguem em andamento
Em nota, no dia 16 de fevereiro, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que não tem um prazo definido para que término das investigações. Mas, garantiu que as equipes estão empenhadas na descoberta do que tenha motivado o acidente.
Em nota, no dia 16 de fevereiro, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que não tem um prazo definido para que término das investigações. Mas, garantiu que as equipes estão empenhadas na descoberta do que tenha motivado o acidente.