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(31-03-2016)A bordo de paramotor, ambientalista cruza rio para combater a dengue

Piloto Lu Marini visita cidades que ficam na divisa do Paraná e São Paulo.
Ele viaja quase 150 km por dia e ajuda na conscientização ambiental.

Luciane CordeiroDo G1 PR
Piloto está fazendo um rastreamento do Rio Paranapanema (Foto: Divulgação/ Leandro Saadi )Piloto está fazendo um rastreamento do Rio Paranapanema (Foto: Divulgação/ Leandro Saadi )

A bordo de um paramotor, o ambientalista e piloto Lu Marini vê do alto as belezas que muitas pessoas insistem em não preservar. E é do alto também que ele pretende combater o mosquito Aedes Aegypti na região banhada pelo Rio Paranapanema.
A expedição será de descobrimento e conscientização ambiental. O rio é considerado um dos mais limpos do estado de São Paulo, e também é fonte de renda para muitos ribeirinhos paranaenses.
Piloto e sua equipe começaram a viagem pelo rio no dia 22 de março, no Dia Mundial da Água, e devem conclui-la no dia 5 de abril. Nesta quinta-feira (31) eles passam pelo Paraná. VisitamPrimeiro de Maio e Centenário do Sul, na região norte.
Por dia, Lu Marini viaja aproximadamente 150 km e toda vez que desembarca em uma cidade realiza conversas com a população sobre conscientização ambiental.
“Antes desta viagem, conheci o Rio Tietê e o Rio São Francisco. Foram experiências muito diferentes. Na primeira, sobrevoei o rio mais poluído do Brasil e na segunda fui para uma região de seca, mas com um rio que representa os moradores. Desta vez, a intenção é conhecer a vida desse rio e dos moradores que vivem ao redor dessa bacia que não sofre com problemas de poluição e nem de seca”, explica o piloto Lu Marini.

Essa é a sétima expedição realizada pelo piloto. Antes do Paranapanema, Marini já rastreou a costa brasileira, o pantanal, sobrevoou um vulcão no México, a estrada Transamazônica, e os rios Tietê e São Francisco.
Essa é a sétima expedição realizada pelo piloto Lu Marini (Foto: Divulgação/Leandro Saadi )Essa é a sétima expedição realizada pelo piloto Lu
Marini (Foto: Divulgação/Leandro Saadi )
Para complementar a expedição, Marini está rastreando possíveis locais que abrigam focos do mosquito Aedes aegypti e ainda distribui sementes da planta crotalária. A planta atrai libélulas que se alimentam de mosquitos, entre eles o Aedes.
Ao sobrevoar as cidades, ele localiza os possíveis focos do mosquito, como por exemplo, caixas d´água abertas, lixo espalhado, água acumulada em tambores e em ferros velhos, fotografa e marca o ponto no GPS.

“Assim que terminar a expedição, vou encaminhar todas as fotos e as coordenadas geográficas dos locais para as secretarias municipais de saúde. Sobrevoando eu posso ter uma visão mais geral sobre a situação, e ver focos que normalmente ficam escondidos”, detalha Lu Marini.
Sobre as crotalárias, ele conta que distribui as sementes durante conversas com crianças ou moradores. “É uma necessidade cuidar do meio ambiente e distribuindo as sementes dessa planta acredito que ajudo a reduzir os possíveis casos de dengue na região”, diz.
“Até a represa do Jurumiri, em Piraju, a realidade do rio Paranapanema é bem parecida com a do Rio Tietê. Mas, depois deste ponto há muita mata ciliar, é um cenário diferente de outros rios que passei. Além disso, vi que ainda há muita vegetação nativa”, detalha.

A viagem de aproximadamente mil quilômetros vai terminar em Rosana, próximo ao ponto onde o rio Paranapanema encontra o Rio Paraná.
Antes de chegar no Paraná, expedição sobrevoou cidades paulistas. Um dos locais fotografados é a hidrelétrica do Jurumirim (Foto: Divulgação/Leandro Saadi )Antes de chegar no Paraná, expedição sobrevoou cidades paulistas. Um dos locais fotografados é a hidrelétrica do Jurumirim (Foto: Divulgação/Leandro Saadi )


Eficiência da crotalária
Utilizada por muitas prefeituras para combater o mosquito Aedes Aegypti, a planta crotalária não é tão eficiente, segundo o doutor e professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) João Antonio Cyrino Zequi. 

"A libélula não gosta de ambiente urbano. Ela gosta de lugares que tenham mata, muita água limpa e oxigênio. Já o Aedes é um inseto que vive na cidade, se reproduz dentro dos domicílios. Além disso, a libélula gosta de se alimentar de insetos maiores que o Aedes. Então, se tiver o Aedes e outro inseto com certeza a libélula vai comer esse outro inseto", explica o professor da UEL. 
Mesmo assim, o professor afirma que toda forma de combater o mosquito é benéfica. "As pessoas precisam eliminar o máximo possível de criadouros e evitar deixar água parada. A planta pode ajudar, mas não tem comprovação científica e não pode ser a única metodologia de combate ao mosquito", pontua João Zequi. 
Como alternativa para reduzir o número de casos, o professor afirma que todas as pessoas deveriam adotar o costume de limpar quintais e fazer vistorias em casa por 10 minutos ao longo da semana. A checagem previne a proliferação do mosquito e o aparecimento de novos casos.
FONTE - GLOBO.COM
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