Piracema termina com apreensão de 6 mil metros de rede
Durante período de defeso, Polícia Ambiental recebeu denúncias com a localização exata de equipamentos irregulares de pesca

Para Polícia Ambiental, número de apreensões é alto para uma época em que é proibida a pesca
A Polícia Ambiental divulgou ontem o balanço das operações durante o período de piracema, que vigorou entre os dias 1º de novembro do ano passado e 28 de fevereiro deste ano. Segundo a porta-voz da Polícia Ambiental, Camila Reina, durante 120 dias foram apreendidos 6 mil metros de redes, 2,5 mil espinhéis e 150 apetrechos. Foram detidos oito maiores de idade e três menores.
"De alguns anos para cá, esse número de apreensões tem aumentado em relação a outros períodos de defeso, mas tem ficado dentro da média. O que temos notado é o aumento de denúncias. Os ribeirinhos e as associações de pescadores estão vendo as pessoas colocando a rede no rio e, por meio de aplicativos, conseguem identificar o ponto exato em que a rede foi colocada e encaminham para a gente", destacou.
A soldado destacou que o número de apreensões é bastante alto para uma época em que é proibida a pesca. Vale ressaltar que, durante esse período do defeso, foi permitida apenas a pesca de espécies exóticas como o bagre-africano, a carpa, a corvina, a tilápia, o tucunaré, dentre outros. São espécies que foram importadas de outros locais e que podem causar desequilíbrio ambiental por se alimentarem de espécies nativa e não possuírem predadores naturais.
Camila destaca que a posse das coordenadas precisas dos locais em que o equipamento ilegal é colocado permite uma ação "rápida e eficaz". "Como a extensão do rio é grande, quando não havia esses aplicativos, nossos policiais saíam dos barcos com uma garateia, uma espécie de mastro com um gancho que era passado pelas águas para tentar encontrar onde estavam essas redes. Hoje, graças a esses aplicativos, temos a localização exata", destacou. Ela ressaltou que o site mais usado é o Google Earth, pelo qual é feita a impressão da página com a coordenada exata do equipamento ilegal e isso é anexado na denúncia.
Apresentador do programa Mundo da Pesca, da TV Tarobá, Guilherme Alvares, é uma das pessoas que utiliza o Google Earth para fazer a denúncia. "Quando a gente vai para a represa e encontra equipamentos como espinhéis, acessamos o Google Earth para ter a coordenada exata e apresentamos a denúncia para a Polícia Ambiental. É uma ferramenta muito importante", destacou.
A Polícia Ambiental disponibiliza um telefone para receber as denúncias: (43) 3341-7733. Alvares só lamenta que exista apenas uma equipe para fiscalizar uma extensão tão grande na região. "A equipe local da Polícia Ambiental precisa fiscalizar o Rio Tibagi, o Paranapanema e a represa Capivara. É muita água para pouca gente", sugeriu.
Ele, que adota a prática do pesque e solte, afirma que tem notado uma redução do número de exemplares de algumas espécies. O dourado, a piapara e o pacu estão cada vez mais difíceis de serem encontrados porque possuem um bom valor comercial. Como vivo da pesca, tenho cada vez mais dificuldade para encontrar essas espécies", declarou.
Com o fim da piracema, a pesca agora está liberada, mas com restrições. Todo pescador deve possuir uma carteirinha elaborada a partir do cadastro no site do Ministério da Pesca e Aquicultura (www.mpa.gov.br). "Depois que ele entrar no site, deve fazer o registro para ser enquadrado como pescador profissional ou amador. O pescador pode se cadastrar como embarcado, cuja taxa é de R$ 60 anuais, ou desembarcado, cujo valor a ser pago é de R$ 20", orientou a soldado Camila Reina.
Ela apontou que já é possível pescar com a cópia do registro e o comprovante do pagamento da taxa. "A carteirinha demora cerca de 30 dias para ficar pronta, mas com esses documentos em mãos já é suficiente", explicou.
De posse da carteirinha, o pescador poderá realizar a pesca de até 10 quilos de peixe mais um exemplar. Dentre as espécies, estão autorizadas a pesca de jaú (até 95 cm), pintado (até 85 cm), cachara (até 80 cm), pacu (até 45 cm), curimbatá (até 38 cm), piauçu (até 38 cm), barbado (até 60 cm) e piraputanga (até 30 cm).
Vítor Ogawa
Reportagem Local
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA


