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Herbicida ‘antigo’ auxilia a vencer resistência a glifosato

Empresas promovem treinamentos para orientar agricultor de soja transgênica sobre uso de defensivo 2,4-D

Gina Mardones - 04/02/2015
Professor da Uenp diz que é importante os agricultores ser bem orientados sobre o manejo das plantas daninhas, pois o uso excessivo do glifosato após a consolidação do plantio de soja transgênica pod

A resistência de plantas daninhas na soja transgênica ao tradicional glifosato criou a necessidade de agricultores voltarem a usar os primeiros defensivos criados ainda no século passado, de modo a evitar perdas que podem variar de 20% a 40% da produção. Por isso, um grupo de empresas de pesquisa biotecnológica criou a Iniciativa 2,4-D, para percorrer o Estado com treinamentos para produtores e técnicos sobre estratégias e bom uso do herbicida que dá nome ao seminário e que passou por Londrina na noite da última terça-feira.
O treinamento na cidade foi ministrado pelo professor Robinson Osipe, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), e será feito nos próximos dias 7, em Ponta Grossa, e 14, em Paranavaí. Organizada pelas empresas Atanor, Dow AgroSciences e Nufarm, a iniciativa visa abordar o manejo da resistência de plantas daninhas, o papel dos herbicidas e das boas práticas agrícolas no combate deste problema, além de apresentar aspectos técnicos do 2,4-D, como características físico-químicas, situação regulatória, estudos de toxicidade, ecotoxicidade e segurança no campo.
Osipe afirma que é preciso reorientar os agricultores sobre o manejo de plantas daninhas, porque, após a consolidação do plantio de soja transgênica, o uso excessivo do glifosato para acabar principalmente com a bulva e o capim-amargoso tornou ambos resistentes ao produto. "Isso começa a provocar prejuízos, o produtor se frustra, aumenta a dose de glifosato e não consegue fechar o controle" conta. "Brinco que muitos passaram a usar o ‘sulfato de enxada’ contra as ervas", completa, em relação ao uso da ferramenta.
O 2,4-D foi o primeiro herbicida criado, diz o pesquisador. Ele considera que é preciso entender a forma de usá-lo junto ao glifosato de forma correta, segura e com os equipamentos de segurança adequados. Ainda, a degradação natural do produto é rápida. Apenas 6% do 2,4-D é deslocado da folha e chega ao solo ou é levado das plantas após a aplicação. A meia-vida no solo vai de seis a oito dias. "O 2,4-D não tem persistência no meio ambiente para chegar a atingir o lençol freático", afirma o professor da UENP.

Treinamento
Iniciada em 2014, a iniciativa já contou com a participação de mais de 7 mil agricultores e percorrerá 15 cidades do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, até julho. No Paraná, a Campanha Plante Seu Futuro, do governo do Estado e outras entidades parceiras, garantiu que cerca de 600 profissionais e produtores rurais receberam capacitação em boas práticas agrícolas.
Fábio Galiotto
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA
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