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(01-06-2016)MEIO AMBIENTE - Descarte de lixo é problema crônico




Municípios investem em campanhas e fiscalização para coibir despejo em fundos de vale e terrenos baldios

Gustavo Carneiro
Estimativa da Prefeitura de Ibiporã é que semanalmente sejam jogados irregularmente até 15 toneladas de lixo

Ibiporã - Descarte de lixo doméstico, entulhos de material de construção, eletroeletrônicos, pneus, animais mortos. A lista de itens jogados irregularmente nos fundos de vale e terrenos baldios é extensa e um problema crônico nos municípios da Região Metropolitana de Londrina.
A Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura de Cambé tem feito campanhas educativas com os moradores. Ibiporã tem recorrido à fiscalização mais intensa e aplicação de multa. Em Rolândia, onde a situação também é preocupante, o Executivo tem feito um mutirão de limpeza das áreas mais problemáticas.
Na Semana Mundial do Meio Ambiente, que segue até o dia 5 de junho, quando se comemora o Dia do Meio Ambiente, o questionamento é sobre os motivos que levam o cidadão agir dessa maneira, quando hoje os municípios oferecem serviços de coleta de lixo.
Para os gestores municipais, esse é um problema cultural e de falta de cidadania. "Fazemos um bom trabalho de conscientização nas escolas e de divulgação dos serviços, mas falta cidadania. As pessoas querem se livrar do problema", afirmou Alexandre Pansardi Casagrande, secretário de Obras de Ibiporã.
A estimativa da Secretaria de Obras é que semanalmente sejam descartados de forma irregular entre 10 e 15 toneladas de lixo na cidade. Nem as avenidas mais movimentadas da cidade como a Santos Dumont e a Prudente de Morais escapam de virarem um lixão a céu aberto. "Os moradores fazem as podas das árvores e, ao invés de chamar a Prefeitura para recolher, jogam no canteiro central. Usam o canteiro como uma extensão do seu quintal", reclama Casagrande.
Os fundos de vale e dos terrenos vazios também são utilizados para despejo destes resíduos. A Prefeitura mantém um serviço de coleta de restos de materiais de construção, móveis e podas de árvores. Volumes abaixo de três metros cúbicos são coletados gratuitamente, basta agendar na Secretaria de Obras. Acima desse volume é cobrada uma taxa de R$ 44. "A nossa indignação maior é com o descarte de materiais recicláveis. Temos uma coleta seletiva que é premiada. Na região central, a coleta é diária e nos bairros pelo menos duas vezes por semana."
Segundo ele, cada vez que precisa deslocar uma equipe para fazer a limpeza desses locais o município gasta em torno de R$ 1,5 mil com hora máquina e funcionários. "Além do custo, deixou de fazer um trabalho operacional em outras áreas do município", comentou o secretário.
A Prefeitura conta com a ajuda dos moradores que tem feito denúncias para tentar coibir e multar quem joga lixo em locais irregulares. No último trimestre desde ano, foram realizadas 120 notificações mensais. Em torno de 80% foram de orientação de como o contribuinte pode descartar corretamente os materiais. Vinte por cento foram autuados com multas que variam de R$ 50 a R$ 700.

ORIENTAÇÃO
A Prefeitura tem instalado placas com orientação e sobre os valores das multas. A ação tem dado resultado. Nas ruas Porecatu e Cianorte, no bairro San Rafael, foram feitas a limpeza do fundo de vale há cerca de dois meses e os despejos pararam.
"Depois que colocaram aquelas placas reduziu bastante o lixo ali. Antes o pessoal vinha de carro ou carroça jogar lixo. Eles jogavam de tudo, principalmente animal morto. Uma vez vi um televisor", contou o soldador Alan Feliciano de Souza, de 24 anos.
Os vizinhos Bruno Pereira de Moraes, 24, servente, e Marcos Vinícius Beraldo, de 22, pintor, contam que as pessoas costumavam descartar os materiais durante o dia mesmo. "Tinha gente que vinha com carinho de mão. Até o pessoal da região joga lixo aqui. Agora, melhorou um pouco", disse Moraes. (Leia mais na pág. 2)
Aline Machado Parodi
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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