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Resultados parciais dão vitória a Kuczynski por um ponto de diferença no Peru


BUENOS AIRES — Com 79,4% das urnas apuradas o candidato do partido Peruanos pela Mudança, Pedro Pablo Kuczynski, aparece em primeiro lugar no segundo turno das eleições peruanas, com uma vantagem apertada de pouco mais de 1% contra Keiko Fujimori — 50,82% a 49,17%. Na opinião de analistas locais, se a vitória de PPK (como é chamado o candidato pelos peruanos) se confirmar, será, na verdade, a vitória do antifujimorismo, o sentimento de rejeição ao governo de Alberto Fujimori (1990-2000), pai de Keiko, preso desde 2007 por sua responsabilidade em crimes de lesa-Humanidade e corrupção.resultados da contagem rápida de votos — mostra representativa da votação em todo o país, realizada com base nas atas oficiais —, o candidato reagiu com otimismo, mas pediu cautela. Keiko, por sua vez, não admitiu a derrota.
— Tomamos os resultados preliminares com otimismo, mas com modéstia. Não ganhamos ainda. Para isso temos que esperar os resultados oficiais. Nós incomodamos a ditadura — disse PPK.

Insistindo em um empate técnico, a filha de Fujimori pediu que os peruanos esperassem os resultados oficiais com prudência. Não foram contabilizados ainda os votos do exterior e das áreas rurais.
— Durante toda a noite chegarão os votos do exterior, do Peru rural e do Peru rural. Por isso, estamos otimistas.

DERROTA DO FUJIMORISMO

Para analistas, PPK, um ex-banqueiro considerado fiel representante dos interesses empresariais e do mercado, conseguiu reverter o cenário assumindo “a liderança da ofensiva antifujimorista”. A atitude mais agressiva do candidato coincidiu com a divulgação de denúncias contra Joaquín Ramírez, secretário-geral do partido Força Popular, fundado e comandado por Keiko, acusado de estar sendo investigado pela DEA (agência antidrogas dos EUA) por suposta lavagem de ativos relacionados ao narcotráfico.
— As últimas duas semanas foram cruciais. PPK perdeu alguns debates presidenciais, mas no último foi claramente vencedor e isso coincidiu com as denúncias de vínculos do fujimorismo com o narcotráfico — explicou Fernando Vivas, colunista do jornal “El Comércio”, que acredita que as denúncias trouxeram de volta medos e fantasmas do passado. — Um analista político peruano tem uma tese de doutorado muito famosa na qual diz que as identidades negativas pesam mais do que as positivas no país. Se PPK realmente ganhou é porque isso é real.
Ao longo da campanha, Keiko buscou marcar claras diferenças com os governos do pai, principalmente a medidas polêmicas como o golpe de Estado de 1992 e violações dos direitos humanos. No entanto, manteve antigos fujimoristas em sua lista de candidatos ao Parlamento e nas últimas semanas foi alvo de uma marcha gigantesca em Lima em repúdio à sua candidatura e ao “narcoestado” que, segundo adversários, representou o fujimorismo.

— As denúncias prejudicaram muito Keiko e PPK foi astuto. Mudou o tom da campanha, ficou mais beligerante — disse Fernando Tuesta, professor da Universidade Católica de Lima.
Para ele, o respaldo da ex-candidata da esquerda, Verónika Mendoza, também ajudou.
— Em algumas regiões do Sul, onde Verónika foi muito forte no primeiro turno, o candidato obteve mais de 70% dos votos. O fator central foi o antifujimorismo, PPK sozinho nunca teria chegado tão longe — assegurou o professor.


FONTE - GLOBO.COM


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