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TREPIDAÇÃO - Contrato prevê testes em 177 municípios do PR e SP

A empresa realiza testes sísmicos em uma extensão de 12 a 15 quilômetros diários


O contrato firmado entre a Global Geophysical Services e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) prevê testes sísmicos em 177 municípios do Paraná e 90 municípios paulistas. Por onde passa, a empresa enfrenta problemas. Nesta semana, durante passagem pelas proximidades da Fazenda Nata, no Limoeiro (zona leste de Londrina), funcionários relataram que teriam sido apedrejados por moradores e geofones teriam sido furtados.
No final de julho, moradores do Distrito de Guaravera (zona sul) e representantes da empresa terceirizada participaram de uma reunião com o prefeito Alexandre Kireeff. A preocupação da comunidade de Guaravera é a mesma dos moradores do Patrimônio Três Bocas: que os trabalhos causem prejuízos aos imóveis e ao meio ambiente. Na ocasião, ficou definido que as atividades seriam suspensas e que a área de segurança dos testes sísmicos seria ampliada. Ficou acertado também que uma comissão de dez moradores iria acompanhar os trabalhos e caso fossem constatados indícios de danos causados pela pesquisa geológica, a empresa deveria ser comunicada para que os trabalhos fossem suspensos.
A empresa realiza testes sísmicos em uma extensão de 12 a 15 quilômetros diários. Após o término dos trabalhos no Três Bocas, a pesquisa será iniciada no Distrito de Paiquerê, também na zona sul.

INDÍCIOS
Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, a ANP informou que a pesquisa na Bacia Sedimentar do Paraná não agride o meio ambiente e não tem relação com fraturamento hidráulico (fracking) ou gás não convencional, também chamado de gás de xisto. A pesquisa, disse a agência reguladora, tem o objetivo de detectar petróleo e gás natural. Com os dados obtidos, será possível identificar e rastrear as camadas rochosas que ocorrem em subsuperfície e avaliar se existe configuração adequada para a geração e acumulação de petróleo ou gás natural.
A ANP destacou ainda que a Bacia Sedimentar do Paraná possui indícios da ocorrência de petróleo e gás natural, mas não possui campos produtores. A pesquisa vai permitir um conhecimento geológico maior sobre o potencial petrolífero da bacia, mas que apenas com a perfuração de poços é possível comprovar a presença de petróleo.

CAMPANHA
Apesar de a ANP afirmar que os testes sísmicos realizados no Paraná e em São Paulo não têm qualquer relação com o fraturamento hidráulico, o site da campanha Não Fracking Brasil alerta para os trabalhos realizados nos dois estados pela empresa contratada pela agência reguladora de gás e petróleo. A campanha é organizada pela Coesus – Coalização Não Fracking Brasil em parceria com o 350.org, movimento climático global que atua para resolver a crise climática.
No site, o fundador da Coesus, Juliano Bueno de Araujo, expõe o receio de que os testes sísmicos sirvam apenas para validar uma decisão já tomada pelo governo federal de explorar o gás de xisto pelo método de fraturamento hidráulico. O fracking, segundo o site da campanha, é uma tecnologia "altamente poluente que causa danos irreversíveis e permanentes para as reservas de água, solo e ar" e que provoca doenças graves, entre elas, o câncer.
Simoni Saris
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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