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Dezesseis candidatos com mais de 90 anos disputam eleições municipais

Dezesseis dos 496.896 candidatos que disputarão as eleições municipais deste domingo (2) têm mais de 90 anos, segundo levantamento do G1 com base nas estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nascido em 1922, o candidato mais idoso deste pleito tem 93 anos, é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Ele disputa uma cadeira na Câmara Municipal de Piranga, em Minas Gerais.
“Ele anda de muletinha, pedindo voto igual a um doido. Já foi vereador na cidade algumas vezes e é um candidato ‘da antiga’ aqui”, brincou o presidente do diretório municipal do PSB em Piranga.
Também com 93 anos, mas cinco meses mais novo que o mineiro, um candidato do Partido Progressista (PP) é postulante a um mandato de vereador em Quatis, no interior do Rio de Janeiro. Se fosse eleito, o candidato terminaria o mandato com 97 anos. 
“Ele está firme e forte, está na ativa, trabalhando. Está quase deixando os mais novos para trás. Eu tenho 39 e ele está quase me deixando para trás. Ele tem uma energia danada”, contou o presidente do diretório municipal do PP em Quatis.
Entre os candidatos mais idosos, somente uma tentará ser prefeita. Trata-se de mulher de 90 anos da cidade de Granja, no noroeste do Ceará, a 350 quilômetros de Fortaleza. Ela é filiada ao Partido Social Democrático (PSD).  
A Constituição Federal não prevê idade máxima para que uma pessoa concorra a um mandato eletivo, apenas idades mínimas.
No caso de vereador os candidatos precisam ter, pelo menos, 18 anos. Postulantes a  prefeito e vice-prefeito só podem concorrer com mais de 21 anos.
Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os estados com mais candidatos acima dos 90 anos, três concorrentes cada, seguidos de São Paulo (2), Ceará (2) e Rio de Janeiro (2). Espírito Santo, Amazonas, Paraíba e Bahia têm um concorrente com mais de 90 anos cada.
Cada um dos 16 candidatos é de uma cidade diferente, todas no interior dos estados. A maior parte dos municípios (13 dos 16) tem menos de 200 mil habitantes.
“A vida na cidade pequena tem uma dinâmica social que, talvez, reserva aos mais idosos um espaço maior do que reservam as cidades grandes. O idoso nesses lugares ainda é uma referência para muita gente, ele é conhecido de muita gente. Ele tem uma vida mais tranquila, o que permite a ele continuar atuante em uma série de atividades e a política é uma dessas atividades que os idosos podem desenvolver dentro do contexto dessas cidades”, avaliou o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Ele pode ter muita experiência na vida, mas não na política. Não dá para tornar a idade avançada um critério único de escolha, o que não quer dizer que não possa ser uma questão a ser ponderada pelo eleitor”, concluiu o cientista político.
O especialista ressalta que ter 90 anos ou mais não significa que o candidato é uma pessoa com experiência na política.
Dados incorretos
As estatísticas do TSE indicam que há 38 candidatos com 90 anos ou mais. Mas existem falhas nesses dados.
Há um registro, por exemplo, de um candidato a prefeito com mais de 900 anos. O G1 entrou em contato com um postulante a vereador em Uberlândia que, no registro, aparecia com 93 anos de idade. Mas o próprio candidato afirmou ter 42 anos e explicou que houve um erro no registro da candidatura no diretório municipal do seu partido.
De acordo com o TSE, a veracidade e a correção das informações das candidaturas é “de responsabilidade do candidato e de seu partido” e, segundo o órgão, cabe ao candidato corrigir eventuais informações incorretas.
As datas de nascimento dos 16 candidatos com 90 anos ou mais destas eleições municipais foram checadas pelo G1 com os diretórios municipais dos partidos aos quais os concorrentes são filiados. 
 
FONTE - GLOBO.COM

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