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Conab reforça previsão de safra recorde de grãos



A estimativa para a produção nacional de grãos é de recorde de 213,1 milhões de toneladas (t) na safra 2016/2017, com alta de 14,2% ante as 186,6 milhões de t da anterior. Conforme o 3º Levantamento divulgado nesta quinta-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os números indicam uma colheita ideal, sem contratempos climáticos devido à perda de força do fenômeno La Niña.
O melhor resultado para o País foi de 209,5 milhões de t na safra 2014/2015. No período seguinte, houve quebra nas produções de milho, soja e feijão, principalmente, o que fez com que se registrasse o montante de 186,6 milhões de t.
Para atingir o novo recorde, não houve grande diferença em relação à área plantada, mas, sim, à produtividade. Dos 58,4 milhões de hectares (ha) usados na safra 2015/16, a previsão da Conab é de 59,2 milhões de ha para a temporada agrícola. Houve apenas deslocamento de algumas culturas para outras. O algodão e o arroz perderam espaço para a soja, principalmente no Mato Grosso. No entanto, as demais culturas de primeira safra tiveram incremento de área.
No Paraná, a soja perdeu um pouco de espaço para o milho e a primeira safra do feijão, devido às quebras do período anterior que elevaram os preços. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), a primeira colheita de milho terá 18% mais espaço e a de feijão, 4% a mais.
Mesmo assim, com os ganhos de produtividade pela expectativa de clima melhor, a produção de soja deve passar de 16,5 milhões de t para 18,3 milhões de t, recorde estadual. A primeira de milho deve ser de 4,3 milhões de t, 30% acima dos 3,3 milhões de t anteriores. A de feijão deve ser 19% maior, ao passar de 294 mil t para 350 mil t.

Definição
Economista do Deral, Marcelo Garrido afirma que as condições de lavoura são boas para o Estado. "Temos uma certa preocupação com o fenômeno La Niña porque dezembro e janeiro são essenciais para a safra. Se continuar com essa chuva razoável, sem calor demais, será bom", diz, sobre o que considera como "fase de definição" para a colheita de verão.
Técnico da Conab e professor de economia rural da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eugenio Stefanelo explica que o terceiro levantamento da Conab já traz médias de produção com base em levantamento de campo. "Já temos o plantio se encerrando, com o florescimento começando", conta.
No entanto, Stefanelo lembra que houve atraso no plantio no Brasil Central e em parte do Centro-Oeste, por demora para a chegada das chuvas. "Faltou também um pouco de água na região Norte do Paraná, mas nada que comprometa a produtividade até o momento."
O técnico da Conab diz ainda que o aumento na produção de milho é benéfico para o solo paranaense. "A rotação de culturas propicia uma melhor conservação do solo", afirma Stefanelo.

No geral
No País, a produção do milho primeira safra deverá alcançar 27,7 milhões de toneladas, com crescimento de 7,3% em relação aos dados de 2015/16. Já o arroz registrará produção de 11,5 milhões de toneladas, superior, portanto, à safra passada em 8,5%. O feijão primeira safra poderá chegar a 1,28 milhão de toneladas, 24,1% acima do ciclo anterior.
Nas culturas de inverno, o destaque é o trigo, que deve crescer 21% acima dos números de 2015 e atingir 6,7 milhões de toneladas. "Foram as melhores produtividade e qualidade dos últimos anos, o que reduz a necessidade do País de importar para consumo interno", conta Stefanelo.
Fábio Galiotto
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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