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Aumenta número de roubo de carga no Paraná

"Se há crescimento no roubo de cargas, é porque está sendo comercializada essa mercadoria", critica Sérgio Malucelli


Embora não existam estatísticas oficiais, o número de roubo de carga no Paraná subiu 20% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016. É o que afirma a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), que obteve o dado por meio de pesquisa realizada com empresas associadas e seguradoras. De janeiro a março, foram registradas entre 25 e 30 ocorrências mensais nas rodovias paranaenses.
Para a entidade, um dos motivos que levam a este tipo de crime é a falta de combate à receptação das cargas. "Há um decreto (12.108/2014) que prevê o cancelamento da inscrição estadual de todo estabelecimento que for flagrado comercializando produtos sem a nota fiscal. Se há crescimento no roubo de cargas, é porque está sendo comercializada essa mercadoria", critica Sérgio Malucelli, presidente da federação. Para ele, os órgãos de segurança e a própria Fazenda não conseguem sequer mapear a atividade criminosa.
Embora os números não sejam alarmantes se comparados aos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, que concentram 80% das ocorrências, o setor de transporte no Paraná vem tendo aumento de custo devido ao roubo de carga. De acordo com a Festranspar, as transportadoras comprometem 12% da receita operacional em segurança, seja contratando escoltas ou rastreamento. "As empresas de transporte de valores, por exemplo, já estão orçando até mesmo baú blindados (para transportar carga). Novamente é o setor privado dando conta de algo que deveria ser garantido pelo Estado", reclama.
Segundo Malucelli, nos três primeiros meses do ano, as mercadorias mais visadas no Paraná foram pneus, alimentos e eletrônicos. "A rota Curitiba–Foz do Iguaçu é a do roubo de carga de eletrônicos", afirma. O presidente reconhece que a atuação da Delegacia de Furtos e Roubos de Carga do Paraná apresentou resultado de setembro de 2016 para cá. "Quatro quadrilhas foram presas, mas há muito trabalho pela frente."
Procurada pela FOLHA, a assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp-PR) diz que ainda não é possível oferecer estatísticas sobre roubo de carga, apenas a respeito dos caminhões e carretas roubados. Mas o órgão não tinha como passar essas informações de imediato.

SEST/SENAT
Nesta quarta-feira, 19, Sergio Malucelli assumiu a presidência do Serviço Social do Transporte (Sest) e o do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) no Paraná. Ele informou que R$110 milhões serão investidos na construção e ampliação de unidades operacionais do Sest/Senat em todo o Estado. "Maringá e Umuarama estão entre os destinos desses recursos", destacou.
O objetivo do investimento é capacitar trabalhadores em transporte. A meta é um incremento de 20% no número de profissionais qualificados no mercado. Hoje, as 22 mil empresas que integram o setor respondem por 280 mil empregos diretos. "Acredito que a exemplo da terceirização, a reforma trabalhista trará uma segurança jurídica que poderá contribuir para que aumente o número de vagas", acrescentou.
Magaléa Mazziotti
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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