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Indústria têxtil do PR retoma contratações

Oliveira: "Antes algumas grifes só olhavam para o mercado interno e agora vislumbram outros países"


"Terra arrasada", "pessimismo completo", "poucas perspectivas". Termos usados pelos representantes da indústria têxtil paranaense quando lembram do cenário 2015/2016 no Estado, com uma queda abrupta na produção e, principalmente, alto número de demissões. Basta uma passada de olhos pelos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para entender que a situação de empresários e trabalhadores: foram 128 mil vagas fechadas no País e 13,2 mil no Paraná nos últimos dois anos.

Uma situação complexa que, surpreendentemente, começa a ter uma mudança interessante neste início de 2017. A leve retomada da economia interna, uma menor importação dos produtos chineses e também uma reposição de estoques dos lojistas no varejo têm feito as confecções produzirem mais neste início de ano – época geralmente de menor demanda - o que têm influenciado na geração de empregos.

Levantamento do Caged aponta que no primeiro bimestre (março ainda não está fechado) foram criadas 12.750 vagas para o setor no Brasil, sendo o Paraná responsável por 1.854 delas. Deste montante no Estado, em Londrina, Cianorte e Maringá são quase 30% das vagas criadas.

O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário do Paraná (Sivepar), Alexandre Graciano de Oliveira, conta que o último biênio foi "horrível". "Entrava muitos produtos da China, o mercado comprador diminuiu as aquisições e começou a sobrar produto na prateleira. O preço caiu e houve muitas demissões. Foi o setor que mais demitiu no Brasil, até mais que a indústria automotiva. O pessoal da pronta entrega, em Maringá e Cianorte, que vive do atacado, foi o que mais sofreu. Afinal, eles primeiro produzem para depois vender", relembra.

Agora, segundo Alexandre, o principal motivo para essa leve retomada, "sem euforia", está na estratégia das grandes magazines, que no segundo semestre do ano passado deixaram de comprar produtos na China para voltar a produzir no País. "O dólar no patamar de R$ 3,20 acabou auxiliando, aquecendo o mercado interno e a produção. Hoje nossa mão de obra está compatível com a China, sem falar da logística, já que eles demoram mais para entregar. Nós acreditamos numa retomada se as reformas econômicas continuarem favoráveis, com baixa inflação e queda de juros".

Outro fator importante, segundo ele, esta na dinâmica de exportações dos empresários do Estado. Como a dificuldade que passaram a ter no mercado interno, eles começaram a estudar possibilidades fora do País, o que hoje dá certo alívio. "Antes algumas grifes só olhavam para o mercado interno e agora vislumbram outros países, começam a se virar. Apesar de ainda ser muito tímida, é o caminho global que precisa ser trabalhado".

Apesar de ainda ser difícil projetar crescimento, a meta do Sivepar fica entre 5% a 10% para este ano. "Se continuarmos neste ritmo do momento, 5% é garantido. Isso claro já reflete em contratações e melhorias nas plantas", finaliza.
Victor Lopes
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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