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Pastores suspeitos de manter crianças em cárcere privado continuam presos em Imbituva

Crianças de nove e 11 anos permanecem em abrigo do município

O casal de pastores continua preso devido suspeita de manter em cárcere privado duas crianças de nove e 11 anos, em Imbituva. A prisão ocorreu o dia 11 de abril, após investigação realizada pelo Conselho Tutelar e Polícia Civil do município. Um mandado foi expedido pela Justiça. Os dois foram encaminhados para Ponta Grossa, onde permanecem em regime fechado.

Segundo a polícia, os meninos de nove e 11 anos moravam com o pai e com a madrasta e eram obrigados a ficar trancados em uma edícula separada da casa. A situação estaria ocorrendo há pelo menos cinco anos.
O local onde os irmãos permaneciam tem grades nas janelas e não possui lâmpadas, por isso os dois ficavam no escuro à noite. Outra situação encontrada foi o botão que regula a temperatura do chuveiro colado para que eles não pudessem tomar banho quente.

As informações são de que as crianças não possuíam lesões no corpo. Contudo, elas afirmam que apanhavam quando desobedeciam ou tiravam notas baixas na escola. Os dois também eram obrigados a lavar suas roupas e limpar a edícula, que fica em anexo à casa do casal, considerada confortável, contendo quatro quartos.
Se a situação de cárcere privado for confirmada, o casal pode ter uma pena de três a oito anos de prisão. Os seus advogados falam que o caso não é grave e envolve apenas cuidados por parte dos pais. "Eles relatam que tinham uma rotina com as crianças, que iam para a escola e tinham uma alimentação normal. Há um certo exagero. Acreditam que com as investigações tudo vai ser esclarecido", comentou Fernando Deneka.
Os dois meninos se recusaram a ir para casa de familiares e desde então estão em um abrigo na cidade. A mãe deles já é falecida e por isso ficaram sob custódia do pai.

INÍCIO DA INVESTIGAÇÃO

Segundo o presidente do Conselho Tutelar de Imbituva, Wilson José Beraldo Menon, o trabalho de investigação começou quando a equipe escolar percebeu que havia algo estranho com os dois meninos, que sempre se mostravam tristes na escola. "Foi conversado muito com os dois e aos poucos foram se abrindo. Quando fomos na casa, constatamos que eles falavam a verdade sobre como viviam", destaca.

Entre as situações enfrentadas pelos irmãos, Menon destaca a alimentação, que era à base de macarrão instantâneo, de acordo com os dois. "Eles contam que muitas vezes viam o entregador de pizza chegando à casa, mas que só sentiam o cheiro de onde estavam. Outro relato deles é que como não tinha luz, televisão ou brinquedos, ficavam conversando até certa hora da noite até conseguirem dormir", informa.

O presidente do Conselho Tutelar alerta a população sobre a importância das denúncias. "Neste caso, aparentemente parecia estar tudo bem na casa. Por isso a importância das denúncias, para que sempre possamos averiguar e ajudar", acrescenta.

Matéria Jornal Folha de Irati/ por Kelly Ramos

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